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Na posse de Crivella, Dilma chora e defende política de coalizão 

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Durante a solenidade de posse do novo ministro da Pesca, Marcelo Crivella, nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff se emocionou e chorou ao lamentar a saída de Luiz Sérgio de sua equipe de ministros. Dilma defendeu as alianças e coalizões políticas como "essência para que o Brasil seja administrado". A presidente acrescentou ainda que, "infelizmente", às vezes é preciso "prescindir" de algumas pessoas no governo.

"Luiz Sérgio, você foi e é um amigo e um parceiro que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país", disse Dilma. 

"A história recente do Brasil, de afirmação da democracia [...], tem sido marcada pelo exercício do poder por meio de alianças e coalizões politicas. Nisso o meu governo não é diferente. Esse é um país extremamente complexo, múltiplo e democrático. Assim sendo, a constituição de alianças políticas é essência para que o Brasil seja administrado, para que o Brasil seja governado de forma democrática e, ao mesmo tempo, que o governo represente os interesses da nação", disse Dilma.

Crivella é apontado como uma indicação estratégica para aproximar o governo do setor evangélico.  

Encontro com Lula

Ontem, Dilma se reuniu com Lula no apartamento do ex-presidente e, entre os assuntos abordados, segundo pessoas próximas a ambos, esteve a recente troca de nomes no Ministério da Pesca, a posse de José Eduardo Dutra na Petrobras e os rumos da política paulistana, com detalhes sobre a pré-campanha do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à prefeitura. Durante o encontro, porém, foram tratadas novas mudanças na esfera de governo, embora nenhum detalhe tenha vazado, ainda, para o público.

A vontade da presidente em manter e ampliar as coalizões políticas parece ter surtido efeito entre seus pares. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta sexta-feira, 28, que o PMDB não vai romper com o governo. Ao chegar para a cerimônia de posse do novo ministro da Pesca, Jucá garantiu que o que houve foi um manifesto de "parte da bancada da Câmara". "Mas vamos conversar para ver como resolver e acalmar a base", disse. O líder se referia ao manifesto elaborado por deputados federais do PMDB, com queixas de que o PT pretende se tornar hegemônico no País.

Jucá disse também que o PR e o PDT são importantes na base do governo e unidos. O líder do governo avaliou que o que está ocorrendo "é uma disputa local, mas a presidente não vai envolver a máquina pública nisso, numa referência às eleições em São Paulo.