ASSINE
search button

Reunião entre governo e sindicatos de PMs termina sem avanço, afirma OAB 

Compartilhar

Após reunião entre sindicatos de PMs e governo da Bahia, que durou cerca de seis horas, não houve avanços na negociação, de acordo com o presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros.

"As negociações foram interrompidas, não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", afirmou.

Segundo ele, foi combinado que as pessoas detidas por terem prisão decretada não irão para presídios de segurança máxima e ficarão na Bahia, em presídios militares, até nova decisão da Justiça.

Após o anúncio de que a reunião realizada no período da tarde não teria determinado um acordo entre o governo e a categoria, PMs e pessoas que apoiam o movimento cantavam "Ô, ô, ô, o carnaval acabou", em referência à festa que acontece na próxima semana, ou ainda "Ô, ô, ô, ô, a PM parou"’, reafirmando a continuidade da greve que já está em seu oitavo dia.

O governador do estado da Bahia, Jaques Wagner, disse nesta terça-feira que garante a continuidade do carnaval, que já está com o planejamento pronto, e que a partir da próxima semana, dia 14, 20 mil policiais serão mobilizados para o evento.

Reunião

A reunião foi realizada na Residência Episcopal do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger, que também participou da tentativa de negociação. Dom Murilo Krieger tem atuado na intermediação entre o governo e as entidades sindicalistas dos policiais militares grevistas desde a segunda-feira.

Participaram da reunião o presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; o comandante geral da PM, Cel. Valter Medeiros, Rui Moraes da Procuradoria Geral do Estado e os representantes das associações dos policiais: APPM, Associação da Força Invicta, Associações de Jequié e Itaberaba.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, mostrou ter ficado surpreso com o fato de a negociação não ter chegado a um acordo. Ele destacou que identifica dois movimentos na categoria. “O primeiro movimento é absolutamente legítimo, é um movimento reivindicatório. Nós colocamos na mesa de negociações uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia: a chamada Gap 4 e Gap 5, que significa o reajuste de 35% para os profissionais da Polícia Militar até 2015", declarou. O outro movimento seria daqueles não não aceitam as propostas apresentadas pelo governo.

Jaques disse ainda que a proposta é concreta e significativa e está confiante de que a polícia vai voltar ao trabalho em breve. “Eu entendo que a grande maioria dos policiais quer voltar a atender aos pedidos do povo baiano de voltar a normalidade”.

A proposta é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300.

Anistia

Jaques Wagner descartou a anistia aos grevistas que realizaram a greve, mas minimizou os atritos com os “profissionais da segurança pública”, procurando convocá-los a "garantir segurança da população durante o Carnaval".