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Bahia registra 56 mortes desde anúncio da greve; PMs têm prisão decretada

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O número de mortos depois que policias militares da Bahia decretaram greve já chega a 56. As informações são da  Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e os números são referentes ao período das 21h de terça-feira (31) até às 18h30 deste sábado (4).

Ainda segundo a secretaria, 43 homicídios foram cometidos em Salvador. Outros 13 foram registrados na Região Metropolitana de Salvador.

A Justiça da Bahia decretou a prisão de 12 policiais militares envolvidos na greve que, considerada ilegal, entrou neste sábado em seu quinto dia. Entre os grevistas com prisão decretada está o presidente da associação que mobiliza o movimento, o ex-policial Marco Prisco. "Se existe um mandado de prisão, que se cumpra. Eu não sou criminoso. Eu acho que a melhor forma de o governo resolver essa situação é sentar e negociar", afirma Prisco. 

O governo diz que negocia com as associações que não entraram em greve. "O caminho da democracia é a lei e a negociação. Arma em punho para mim é outra coisa. Do governador, não haverá nenhum tipo de assinatura de anistia para esses crimes de vandalismo", afirmou o governador Jaques Wagner (PT). 

A paralisação tem motivado uma série de atos de violência. Na noite de sexta-feira, mais de setenta peças teatrais e shows foram suspensos em Salvador. Em um bairro conhecido pela boemia, bares e restaurantes não abriram. Com a chegada de homens da Força Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública, o número de homicídios diminuiu. Na madrugada de sexta, foram 15 mortes, contra duas na de sábado. Um grande supermercado foi saqueado e uma loja de móveis invadida e incendiada. Neste sábado pela manhã, em Salvador, um policial civil foi morto a tiros em um bairro nobre. Uma das reivindicações dos PMs é a anistia para quem aderiu ao movimento.

Viaturas recuperadas

As 16 viaturas apreendidas ilegalmente por manifestantes ligados à Associação dos Policiais, Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), entidade que lidera a greve dos policiais militares no Estado, foram recolhidas na manhã deste sábado pela Polícia Militar. Os veículos, que eram mantidos em um dos acessos à Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, foram levados para o Departamento de Apoio Logístico. Os que tiveram os pneus furados durante a paralisação dos PMs serão recuperados para auxiliar no trabalho de policiamento ostensivo.

A operação de recuperação das viaturas foi em cumprimento a um mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça baiana. De acordo com o coronel Gilson Santiago, diretor de Comunicação da PM, havia uma preocupação com o trabalho de resgate, mas ele foi realizado sem problemas. "Agora, estamos trabalhando junto ao departamento competente da PM para que essas viaturas voltem o mais rápido possível para a operação normal das ruas de Salvador", disse o coronel.

Greve

A greve dos policiais militares da Bahia, que completou neste sábado quatro dias, motivou uma onda de violência na capital. Desde a quarta-feira, a região metropolitana de Salvador registrou 56 homicídios.

A ausência de policiamento nas ruas causou dezenas de saques e violência em todo o Estado. Só na sexta, 58 carros foram roubados e algumas lojas arrombadas e saqueadas. Cerca de 3 mil militares da Força Nacional e de unidades das Forças Armadas estão sendo enviados ao estado para fazer a segurança da população. Mais 4 mil militares da 10ª Região Militar, em Fortaleza, no Ceará, podem ser deslocados para reforçar o policiamento na Bahia.

Com Portal Terra