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São Paulo comemora hoje 458 anos de fundação 

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Ao completar 458 anos de vida, São Paulo celebra também o fato de ser, hoje, o quinto centro financeiro mais atrativo do mundo para investimentos em mercados emergentes, de acordo com dados da revista britânica especializadaThe Banker. A cidade fica atrás apenas de Hong Kong, Cingapura, Londres e Nova York. 

Segundo André Sacconato, diretor de pesquisa da Brain - entidade privada que tem como objetivo transformar o Brasil em um polo internacional de investimentos e negócios -, a cidade, ao contrário do que muitos repetem, não é um mercado saturado. Há espaço para novos empreendimentos, já que o dinamismo da metrópole a configura como um ambiente propício para novos negócios. Em relação à liderança na América Latina, ainda há muito para ser feito, afirma Sacconato. 

Ele explica que até poucos anos atrás empresas que decidiam investir na região abriam sede em Miami, Estados Unidos, e não em um país latino. A cidade americana oferecia, na visão dos empresários estrangeiros, um mercado sólido e tinha a vantagem de ser próxima da América Latina. "Isso vem mudando. Na última década, as empresas viram que é melhor sediar o empreendimento em uma grande cidade da região. E, depois de 2008, com o fato de o Brasil ter superado a crise internacional de maneira rápida, São Paulo vem ganhando cada vez mais destaque", afirma o executivo. 

Estimativas da Brain dão conta de que nos próximos cinco anos a capital paulista vai se tornar, de fato, o centro financeiro da América Latina. E com essa liderança virá também uma demanda por serviços. Nesse sentido, toda a economia da cidade ficará aquecida. "Haverá oportunidades de negócios tanto para produtos quanto para serviços. Em especial para aquelas atividades indiretas que não necessariamente estão ligadas aos polos financeiros", diz Sacconato. 

Ele cita as pequenas e médias de tecnologia da informação, de consultoria, de alimentação e de compras em geral como nichos em que apostar. 

Cidade se destaca em meio a outras capitais 

O que torna São Paulo atraente para os negócios são fatores como uma estrutura financeira sólida - bancos, bolsa, acesso a crédito - mão de obra qualificada - é a cidade com o maior número de faculdades - e uma infraestrutura física melhor do que a encontrada nas outras capitais. 

Além disso, a BM&FBovespa, sediada na cidade, é a maior bolsa da América Latina e a terceira maior do mundo em valor de mercado. Outro dado que ajuda a mostrar a importância da capital para o empresariado é a quantidade de encontros corporativos. Segundo a Brain, a cidade recebe o maior número de eventos da América Latina, o que ajuda a colocar o Brasil na sétima posição mundial em volume de eventos. São cerca de 90 mil por ano em São Paulo, o que dá 72% do mercado de feiras de negócios do País. 

Para Fernando Schmitt, diretor de membership e de unidades regionais da Câmara Americana de Comércio (Amcham), a importância de São Paulo para o mundo dos negócios é fruto da concentração de grandes empresas e instituições financeiras - nacionais e internacionais. "Isso faz com que ela seja uma das dez maiores cidades do mundo em termos de Produto Interno Bruto (PIB)", afirma. 

"São Paulo pode ser traduzida em oportunidades para empresas de todos os portes e tamanhos, que encontram na cidade um ambiente de expansão e desenvolvimento, com um mercado de consumo e de trabalho aquecidos", detalha. Mesmo com a atratividade em alta, a cidade ainda possui entraves que minam a possibilidade de aumentar as parcerias internacionais. 

O diretor de pesquisa da Brain cita quatro pontos críticos: talento e capital humano, infraestrutura física - falta melhorar a qualidade dos aeroportos e do transporte público, por exemplo, - conectividade (tecnologia da informação) e imagem - no sentido de que boa parte dos investidores estrangeiros ainda desconhecem as qualidades da metrópole. "Parcerias entre o governo e a iniciativa privada podem fazer com que as dificuldades, se não forem totalmente sanadas, ao menos diminuam. O objetivo é criar um ambiente empresarial ainda mais competitivo, que ajude a desenvolver a cidade, o País e a criar empregos", aponta Sacconato.