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OAB: Pinheirinho é questão social e não pode ser tratada como caso de polícia 

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O presidente da OAB do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, condenou hoje (24) a forma como foi feita a reintegração de terra em Pinheirinho (SP) e lembrou que "mais uma vez uma gravíssima questão social  é tratada como caso de policia". Segundo ele, "enquanto milionárias movimentações financeiras  de poderosos não são explicadas, pessoas pobres que  não têm onde morar, nem podem se autoconceder auxílio-moradia, são espancadas, mortas algumas e expulsas de uma área pertencente a uma massa falida de um especulador".

"Lamentavelmente é assim que determinados mandatários políticos educam politicamente o povo brasileiro", afirmou Damous. 

Ele aproveitou para felicitar a subseção da OAB de São José dos Campos, que por sua Comissão de Direitos Humanos, mostra combatividade, espírito público, solidariedade com os mais fracos.

A reintegração da área invadida de Pinheirinho aconteceu na manhã de domingo (22). Houve confronto entre policiais e moradores. A área, onde viviam cerca de 6 mil pessoas, é alvo de uma disputa entre os invasores e a massa falida de uma empresa, proprietária do terreno. Ocupando uma área de cerca de 1,3 milhão de metros quadrados, a invasão Pinheirinho ocorreu há oito anos.

Três veículos incendiados

O comando da Polícia Militar que atua na região do Pinheirinho, comunidade ocupada em São José dos Campos, no interior de São Paulo, registrou três incêndios em veículos durante a madrugada desta terça-feira. Até o final da noite de ontem, os incêndios criminosos haviam atingido dez carros, uma biblioteca e duas padarias nas proximidades da comunidade. As informações são da rádioCBN.

Ainda segundo a PM, 35% das famílias já retiraram seus pertences e, a partir das 8h de hoje, os trabalhos de reintegração começam. Nesta segunda, foi autorizada a atuação de policiais no auxílio às famílias na hora da desocupação. Antes da decisão, apenas oficiais de justiça podiam fazer este acompanhamento. De acordo com a prefeitura, 925 famílias removidas já haviam se cadastrado.