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Irmão de Celso Daniel critica PT e lamenta 'morte' de companheiros 

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O irmão de Celso Daniel, prefeito de Santo André morto em 2002, volta ao Brasil após seis anos de exílio na França e faz duras críticas ao PT, partido do irmão. Segundo Bruno José Daniel Filho, irmão mais novo do político assassinado, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o partido teria abandonado sua família. 

"Tivemos que resolver o problema de duas mortes. A morte do Celso e a morte simbólica da maioria dos nossos antigos companheiros do PT. Apesar de todas as evidências, o PT sustentou a tese do crime comum. As promessas e os compromissos de agir nunca foram concretizados". 

Entre os antigos membros do partido, Bruno destaca apenas três que, segundo ele, não "morreram" politicamente: "cito três honrosas exceções de lideranças petistas: Ricardo Alvarez (ex-vereador em Santo André, hoje no PSOL), Hélio Bicudo (sem partido) e Eduardo Suplicy (senador)".

Bruno José Daniel Filho é professor de economia e se viu obrigado a sair do país após receber diversas ameaças a partir de 2005. O irmão do prefeito classifica a atuação da Justiça nesse caso como frustrante. 

"O assassinato de meu irmão e a evolução das investigações são emblemáticos. Dez anos depois, muitos morreram, o trabalho da polícia foi muito ruim e apenas um dos indiciados foi a júri popular. A investigação e os indiciamentos do Ministério Público sobre a obtenção ilícita de recursos para financiar campanhas e enriquecer a alguns ilicitamente não deram lugar a qualquer condenação. De lá para cá, nenhuma mudança no sistema de financiamento de campanhas surgiu e os escândalos não param de ocorrer", disse Bruno, que agora tenta retomar a vida no Brasil.