ASSINE
search button

Sobe para seis o número de mortos por causa das chuvas em MG

Municípios em situação de emergência já são 52

Compartilhar

Um homem não identificado foi encontrado sem vida pelos bombeiros de Ouro Preto (MG) no final da manhã desta terça-feira soterrado em escombros de um deslizamento de terra. Além dele, um taxista, que também não teve o nome divulgado, morreu na mesma queda de um barranco, que deslizou em uma encostra na entrada da cidade. Até o momento, são seis mortes confirmadas em decorrência dos estragos provocados pelo excesso de chuva em Minas Gerais

Dezenas de encostas desabaram em Ouro Preto e ao menos 40 casas estão ameaçadas. As famílias são retiradas e levadas para um abrigo municipal. Segundo o major Sena, da Polícia Militar de Ouro Preto, "a montanha de terra ultrapassou a via pública, atingiu o terminal rodoviário e soterrou os dois carros. 

Os trabalhos são feitos com muita cautela porque há risco de novos deslizamentos. A rede elétrica da avenida Padre Rolim teve que ser desligada, as vias próximas ao centro histórico foram isoladas e as moradias no entorno esvaziadas. 25 policiais militares e 30 bombeiros da região e de Belo Horizonte trabalham no local".

>> Ministra interrompe recesso e discute medidas para conter efeitos das chuvas

>> Chuva: Dilma oferece apoio ao governador de Minas Gerais

As duas cidades estão com o acesso pela BR-356 bloqueados por barreiras que caíram durante a madrugada sobre a estrada. Os acessos aos dois municípios pela capital estão fechados pela rodovia. Por volta das 7h, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou também que a BR-040 ficou interditada por mais de 16 horas na altura das cidades de Congonhas e Conselheiro Lafaiete, a 100 km de Belo Horizonte, nos dois sentidos da rodovia que liga a capital mineira ao Rio de Janeiro. Houve problemas também em Itabirito e no sentido Brasília, onde uma árvore caiu e interditou as pistas.

Na BR-381, em Itaguara, a ponte sobre o rio Pará foi interditada durante a madrugada no sentido São Paulo. O trânsito era feito pela pista contrária, mas havia retenções no local. Em São Gonçalo do Rio Abaixo, no sentido Vitória, a queda de uma barreira também interditava o trânsito em uma das pistas. Rios que cortam as duas cidades e outros municípios transbordaram e houve queda de barreiras.

Os Bombeiros e a Defesa Civil também registraram problemas nas cidades de Jeceaba, Ouro Branco, Juatuba, Sabará, Brumadinho, Raposos, Vespasiano, Contagem, Betim, Ponte Nova, entre outras. De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto de Meteorologia Clima Tempo, somente nas últimas 72 horas choveu mais de 200 mm em todas as regiões do Estado, mais da metade do volume esperado para todo o mês de janeiro. Cada mm de chuva corresponde a 1 l de água por m². A previsão é que a chuva forte e intensa permaneça até quinta-feira.

Chega a 52 o número de cidades em situação de emergência

Subiu para 52 o número de cidades mineiras que decretaram situação de emergência devido aos estragos provocados pelo excesso de chuva. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), nas últimas 24 horas oito cidades entraram para a lista de municípios que solicitam ajuda aos governos estadual e federal.

Em Lamim, Bonfim, Santana do Jacaré, Dona Euzébia, Ubá, Guidoval, Guiricema, Congonhas, Raul Soares, Brumadinho e Itabirito houve o transbordamento de rios e córregos e a inundação das zonas urbana e rural dos municípios. 

Também foram registradas quedas de pontes. Em Guidoval, o Corpo de Bombeiros informou, às 9h30, que 60 pessoas que corriam risco de vida e estavam ilhadas foram resgatadas. Aproximadamente 4 mil estão desalojados e uma pessoa desapareceu.

Nas cidades de Matipó, Cipotânea, Moeda e Ouro Preto, onde foi registrada uma morte, os problemas maiores são os deslizamentos de encostas e desabamentos de moradias. Em alguns municípios faltam água e energia elétrica. Ainda de acordo com a Cedec, outras 56 cidades comunicaram estragos devido à chuva. Mais de 2,1 milhões de pessoas foram afetadas, sendo que 10 mil estão desalojadas ou desabrigadas.