ASSINE
search button

Jucá: comissão de Ética deu 'tiro' em Lupi ao pedir exoneração

Compartilhar

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta quarta-feira que a decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República de, por unanimidade, recomendar a exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), equivale ao colegiado alvejar com "um tiro" o auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT). O ministro chegou a dizer no Senado que só deixaria o cargo "abatido à bala".

Responsável por comandar uma pasta suspeita de ter desvios de recursos públicos em convênios de capacitação profissional, Lupi teve de se explicar no Congresso após ter utilizado um avião de um empresário para cumprir agenda pública em municípios do Maranhão. Ele negou ter viajado a bordo de um avião providenciado pelo diretor de uma ONG que detém contratos milionários com o ministério, mas voltou atrás depois.

Para o presidente da Comissão de Ética Pública, Sepúlveda Pertence, as explicações de Lupi sobre os convênios, por exemplo, foram "insatisfatórias" e "inconvenientes". "É uma bala (contra Lupi)", disse Romero Jucá ao comentar o caso.

"Não sei se é uma bala fatal, mas é uma bala. Não deixa de ser um tiro no ministro. É uma bala que é lançada no ministro. A posição definitiva de qualquer ministro cabe à presidente Dilma e caberá a ela definir o futuro do ministro. Quem tem de avaliar de ser uma posição definitiva ou não é a presidente Dilma. Sem dúvida é um fato preponderante , negativo, é uma indicação da Comissão de Ética Pública pedindo o afastamento do ministro, mas a posição final é da presidente", afirmou o parlamentar.

Jucá já passou por situação semelhante à de Lupi. Em 2005, quando era ministro da Previdência, teve de deixar o primeiro escalão do Executivo federal por pressão da mesma Comissão de Ética Pública. Ele era suspeito de fornecer fazendas inexistentes como garantia para conseguir um empréstimo de R$ 3,5 milhões junto ao Banco da Amazônia (Basa) para sua empresa. O hoje senador se explicou por três vezes ao colegiado e pediu exoneração da pasta que ocupava.