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'New Yorker': corrupção do governo não afeta imagem de Dilma

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A próxima edição da revista americana The New Yorker, que será lançada no dia 5 de dezembro, trará uma reportagem especial sobre a presidente da República, Dilma Rousseff. O texto, assinado pelo jornalista Nicholas Lemann, cita os "numerosos escândalos" que vêm abalando o governo de Dilma. "Ninguém acredita que Rousseff é corrupta, mas ela trabalhou por anos por algumas das pessoas que pediram demissão", afirma a reportagem.

A reportagem destaca o passado de Dilma na luta armada contra a ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970, e o período em que esteve presa e foi torturada. "A presidente, Dilma Rousseff, é uma presença forte. Membro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), ela passou anos na prisão e foi submetida a tortura. Sua primeira grande iniciativa na Presidência, Brasil Sem Miséria, lançado em junho, foi um programa para varrera a pobreza", diz o texto.

"Até recentemente, o Brasil era um dos países mais desiguais economicamente e com pouca educação do mundo. Agora, sua economia cresce muito mais rapidamente do que a dos Estados Unidos. 28 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema na última década. O País tem um orçamento balanceado, baixa dívida nacional, emprego quase total e baixa inflação", analisa o jornalista.

O texto retrata o Brasil como um país "caoticamente democrático, que tem uma imprensa livre". Segundo a reportagem, alguns aspectos da realidade brasileira seriam "incompatíveis com o que se supunha ser uma sociedade livre bem-sucedida". 

"Não é apenas pelo fato de o Brasil ser governado por antigos revolucionários, muitos dos quais - incluindo a presidente - foram presos por anos por terrorismo. O governo central é muito mais poderoso e intrusivo do que o dos Estados Unidos. É também muito mais corrupto. O crime está em alta, as escolas são fracas, as estradas são ruins e os portos funcionam de forma precária. E, ainda assim, entre as principais potências econômicas, o Brasil atingiu uma rara trifeta: crescimento acelerado, liberdade política e desigualdade social em queda", afirma a revista.