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Bolsonaro: "Não chamei Dilma de homossexual"

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O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) negou ter questionado a sexualidade da presidente da República, Dilma Rousseff, no discurso que fez nesta quinta-feira (24), na tribuna da Câmara. Durante a explanação, ele disse, referindo-se à petista: "Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma." O parlamentar culpou a "língua portuguesa" pela interpretação dupla da frase.

-No meu discurso de hoje, perguntei se ela estava mentindo e pedi que ela explicasse sua relação com os homossexuais. A nossa língua portuguesa permite um montão de interpretação. Eu não chamei a Dilma de homossexual. Eu posso até pensar o quiser contra ela, mas não vou desqualificar o nível da importância do que está sendo tratado aqui.

A explanação inflamada do deputado foi mais uma reação ao kit anti-homofobia desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC). A ideia do material nasceu a partir da constatação, por meio de pesquisas, de que as escolas brasileiras são, em geral, ambientes hostis para adolescentes homossexuais. A previsão inicial era que o kit, composto por cartilha, cartazes, folders e vídeos educativos, fosse distribuído para alunos do Ensino Médio, de 6 mil escolas. O projeto, no entanto, encontrou dura resistência da bancada religiosa, que tenta derrubá-lo.

-Neste ano, o ministro (Fernando) Haddad esteve na Câmara e prometeu para a bancada evangélica que iria retirar o "kit gay" (material anti-homofobia). Na época, a Dilma falou que o material era inadequado. Só que continua o "kit gay". Ontem teve uma nova audiência pública na Comissão de Legislação Participativa, onde foram expostas as diretrizes traçadas pelo MEC. Uma delas diz que os livros didáticos têm que conter capítulos sobre homoafetividade com o objetivo de combater a homofobia. Ou seja, os livros que o MEC vai comprar tem que falar sobre o tema - falou irritado, emendando:

- Dilma faz vista grossa - finalizou.