É cada vez mais complicada a situação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Em depoimento na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que começou por volta das 9h30, ele disse que não sabe do que é acusado. Também não falou sobre as várias contradições nos últimos dias.
Lupi transferiu para o secretário de Políticas Públicas do Ministério, Ezequiel Nascimento, a responsabilidade pela viagem a bordo de um jato pertencente ao dono de uma ONG conveniada ao Ministério do Trabalho. O ministro afirmou que é normal um "político pegar carona sem saber de quem é o carro".
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Carlos Lupi voltou atrás na declaração dada semana passada na Câmara, quando disse que não conhecia Adair Meira, dono do avião em que ele viajou. O ministro afirmou que não estava relacionando o nome à pessoa. E Lupi foi mais além: "não fiz cena ou teatro na semana passada quando não lembrei o nome do dono da ONG. Me socorri de um documento para lembrar o nome da pessoa".
Lupi apresentou a nota taquigráfica de outro depoimento que prestou, desta vez na Câmara dos Deputados, em que foi questionado se tinha "relação pessoal" com Adair Meira. O ministro admitiu conhecer o empresário, mas disse não manter amizade com o diretor da ONG.
"Não disse que não o conheço. Há um processo de tentativa de linchamento público da gente por falta, por mentir. Não tenho nenhuma relação. Não sou amigo dele, não tenho relação pessoal com ele", afirmou Lupi aos senadores.
O ministro disse que conheceu Adair Meira apenas no dia da viagem feita ao Maranhão e atribuiu a uma "falha de memória" o fato de não ter se lembrado do nome do empresário no depoimento prestado à Câmara.
O ministro do Trabalho também não comentou a nota do diretório regional do PDT do Maranhão, desmentindo que o avião usado por ele tenha sido pago com recursos do partido.
Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, não interessa saber quem pagou pelo avião. "O crime de responsabilidade já foi concretizado", afirmou.
Neste momento, Lupi está sendo sabatinado pelos senadores.