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'Tendência' é que interino assuma no lugar de Orlando Silva, diz Carvalho

Inquérito do STF foi determinante para saída de Orlando

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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) aberto para investigar denúncias de corrupção no Ministério do Esporte foi "determinante" para a a decisão da saída do ministro Orlando Silva, confirmada no fim da tarde desta quarta-feira. Com a queda de Silva do Esporte, a tendência é que a pasta fique com o mesmo partido, o PCdoB. A legenda é acusada de comandar um esquema de desvio de verbas no programa Segundo Tempo.

"Pode até haver situação de interinidade, é o mais provável", disse o ministro. 

Se o cenário for desenhado dessa maneira, o comando do ministério ficaria com o correligionário Waldemar Manoel Silva de Souza, secretário-executivo da pasta. Nesta manhã, Carvalho reuniu líderes do PCdoB, além do presidente do partido e também próprio ministro Orlando Silva. 

"Fiquei impressionado com a a maturidade (de Silva, frente ao cenário político)".

Carvalho fez questão de mencionar a solidez da relação do governo com o PCdoB, mesmo no contexto de crise. Apesar de em Brasília circularem nomes de prováveis sucessores no ministério, o ministro disse que a presidente Dilma Rousseff fará a indicação e não há cotados no momento. 

"A presidente não tem nenhuma especulação sobre nenhum nome", disse. 


As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Com Portal Terra