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Dilma chorou receber demissão de Rossi, dizem fontes

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A presidente Dilma Rousseff chorou ao ouvir de Wagner Rossi (PMDB), entre as 18h30 e as 19h desta terça-feira, que ele deixaria o Ministério da Agricultura. É o que afirmam interlocutores no Palácio do Planalto, que garantiram que a ocasião foi "muito triste".

Lamentando a decisão de Rossi, Dilma teria dito que ele era um homem "muito importante" para o governo. A pasta vinha sendo alvo de denúncias de corrupção e, na terceira nota de Rossi nesta semana em resposta às acusações, ele admitiu ter pego carona no jatinho da empresa Ourofino Agronegócios, de Ribeirão Preto (SP). No comunicado, ele negou favorecimento à empresa, cujo faturamento cresceu 81% desde novembro de 2010, segundo o Correio Braziliense.

Segundo servidores do Ministério da Agricultura, a decisão de Rossi foi repentina e não havia sido informada para ninguém antes de Dilma. O agora ex-ministro saiu do Planalto direto para a sua casa. Por volta das 20h, seus pertences ainda eram recolhidos de sua sala no ministério.

Com a saída de Rossi, a pasta fica "acéfala", já que o secretário executivo do ministério pediu demissão há duas semanas e seu substituto ainda não teve o nome publicado no Diário Oficial. A Agricultura fica, assim, sem ministro nem secretário executivo nomeado. Não há previsão para que o nome do sucessor seja publicado no DO.

Por meio de nota divulgada nesta quarta-feira, Rossi afirmou que todas as denúncias relativas a sua atuação são falsas, mas que, ainda assim, "a campanha insidiosa não parava". Segundo ele, as acusações tinham objetivos políticos, como a destituição da aliança de apoio à presidente Dilma e ao vice-presidente, Michel Temer.

De acordo com reportagem da revista Veja, o ex-diretor financeiro da Conab Oscar Jucá Neto acusa a entidade subordinada ao Ministério da Agricultura de dilapidar o patrimônio público por meio de operações imobiliárias fraudulentas com o objetivo, entre outros, de repassar aos padrinhos políticos dos diretores terrenos a preços abaixo do valor de mercado. O caso teria aval de Rossi.

"Durante os últimos 30 dias, tenho enfrentado diariamente uma saraivada de acusações falsas, sem qualquer prova", disse ele, em nota. "Respondi a cada acusação. Com documentos comprobatórios que a imprensa solenemente ignorou. Mesmo rebatida cabalmente, cada acusação era repetida nas notícias dos dias seguintes como se fossem verdades comprovadas", disse Rossi.

"Usaram para me acusar, sem qualquer prova, pessoas a quem tive de afastar de suas funções por atos irregulares ou insinuações de que tinham atuado", disse ele. "Finalmente começam a atacar inocentes, sejam amigos meus, sejam familiares. Todos me estimularam a continuar sendo o primeiro ministro a, com destemor e armado apenas da verdade, enfrentar essa campanha indecente". No entanto, conforme o comunicado, hoje sua família o orientou a deixar a "luta estoica, mas inglória"