Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Adoção, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que cerca de 30 mil crianças brasileiras vivem em abrigos, sem direito à convivência familiar. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados onde há o maior número de crianças abrigadas, num total de 14.874, distribuídas em instituições governamentais e não governamentais. Os dados foram levantados pelo Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos criado em 2009 pelo CNJ. Por outro lado, o Cadastro Nacional da Adoção, instituído em 2008 pelo mesmo órgão, já deu um novo lar para mais de 3 mil crianças, uma média de três adoções por dia.
A presidente da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Bárbara Toledo, afirma que, no momento, as entidades buscam diminuir o tempo de permanência de uma criança abrigada.
– É inadmissível que uma criança passe seis, oito anos em um abrigo, sem a convivência familiar, tentando fazer com que a família biológica tenha condições de assumir aquela pessoa – disse Bárbara. – Os Ministérios Públicos devem ter mais coragem para tornar essas crianças aptas à adoção. Hoje, apenas 10% das crianças abrigadas podem ser adotadas.