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Marina: Acusações tentam desviar foco do Código Florestal

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A ex-senadora Marina Silva (PV) afirmou nesta quinta-feira que as acusações das quais têm sido alvo desde que estava à frente do Ministério do Meio Ambiente são uma tentativa de intimidação, e teriam como objetivo desviar o foco do debate sobre o Código Florestal, cujo projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Durante mais uma tentativa de votação do texto, já no início da madrugada desta quinta-feira, no plenário da Câmara, o relator da matéria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), exaltou-se ao responder a uma mensagem de Marina Silva no Twitter. Segundo o parlamentar, Marina teria postado que o relator fraudara o texto. "Quem fraudou contrabando de madeira foi o marido de Marina Silva, defendido por mim nesta Casa quando era líder do governo", disse, referindo-se a Fábio Vaz de Lima, citado em denúncias de supostas fraudes no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele classificou a manifestação da ex-senadora de "leviandade".

O termo foi o mesmo usado pela ex-senadora nesta quinta-feira ao comentar o ocorrido: "Em relação a essas acusações, eu não tenho nenhum receio contra elas. Quem me conhece, conhece meu marido, sabe que as acusações são falsas, são levianas".

A ex-ministra disse que quando chefiava a pasta houve um processo de investigação do Ibama com a Polícia Federal, que resultou na prisão de 725 pessoas, a apreensão de 1 milhão de m³ de madeira, a proibição de 37 mil propriedades de grilagem e a aplicação de R$ 4 bilhões em multas. Depois da operação, disse Marina, começaram a circular "dossiês apócrifos" com acusações contra seu marido.

Em 2004, um requerimento apresentado à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara pediu a presença de Fábio Vaz de Lima para prestar esclarecimentos sobre denúncias de superfaturamento em contratações do Ibama. Para Marina, tratou-se de um movimento "fazendo coro com os que queriam me intimidar". "O que não ocorreu. Todos conhecem minha tenacidade no combate ao desmatamento".

Marina considerou "correto" o adiamento da votação, alegando que não houve tempo para "evitar as inúmeras pegadinhas" do texto. E citou como um dos pontos dos quais discorda, e que ainda precisamriam ser debatidos, como a diminuição para 15 m da área a ser preservada à margem de rios de até 10 m de largura.