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Justiça julga novo recurso do casal Nardoni nesta terça-feira

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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) deve julgar na manhã desta terça-feira o recurso pedido pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pelo assassinato da menina Isabella Nardoni.

O advogado do casal deseja a anulação do júri e a realização de um novo julgamento, uma vez que, segundo ele, alguns de seus pedidos não foram atendidos durante a fase processual. Participam da sessão os desembargadores Luis Soares de Mello Neto, Euvaldo Chaib Filho, e Eduardo Braga.

Alexandre foi condenado a pena de 31 anos, um mês e 10 dias de prisão em regime fechado. Já Anna Carolina Jatobá a 26 anos e oito meses em regime fechado. O júri popular do casal durou cinco dias, de 22 a 27 de março, quando foi lida a sentença.

A pena foi agravada pelo crime ter sido cometido contra menor de 14 anos, triplamente qualificado por meio cruel (asfixia mecânica e sofrimento intenso), utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (surpresa na esganadura e lançamento inconsciente pela janela) e com o objetivo de ocultar crime cometido anteriormente (esganadura e ferimentos praticados anteriormente contra a mesma vítima).

Nardoni pegou pena maior por ter matado a própria filha. Em setembro do ano passado, a Justiça negou o pedido de protesto por novo júri pedido pela defesa do casal. 

O caso

Isabella, então com cinco anos, foi encontrada morta no dia 29 de março de 2008 no jardim do condomínio onde o pai vivia com a segunda mulher, Anna Carolina, e os dois filhos do casal. A menina vivia com a mãe, Ana Carolina de Oliveira, mas costumava passar os fins-de-semana com o pai, a madrasta e os irmãos.

Segundo a versão de Nardoni, que é advogado, e Anna Carolina, a madrasta, o crime foi cometido por um desconhecido pouco depois que a família, que estava em uma festa, voltou para casa.

O suposto criminoso teria entrado no apartamento com a intenção de roubar pertences da família e empurrado a menina da janela do sexto andar, enquanto Nardoni e a mulher estavam na garagem, recolhendo as outras duas crianças, que tinham dormido no carro.

No entanto, as investigações apontaram que se tratou de um crime cometido pelo pai e pela madrasta que teria ciúmes da mulher com a menina, como declarou na noite da segunda-feira, no primeiro dia do julgamento, a mãe de Isabella, primeira testemunha a comparecer.

Os responsáveis pelo caso e os peritos legistas afirmaram que Isabella foi agredida dentro do automóvel e depois estrangulada no apartamento por sua madrasta. O pai, então, achando que ela estava morta, decidiu atirá-la pela janela, para simular o ataque cometido por uma terceira pessoa.

A mãe de Isabella afirmou que seu ex-marido era um homem violento, que inclusive chegou a ameaçá-la de morte por divergências no momento de escolher a escola da menina.

As provas técnicas constataram rastros de sangue dentro do automóvel de Nardoni e nos corredores do apartamento.

Com Portal Terra