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UGT:Trabalhadores merecem recompensa por tolerância na crise

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A Câmara dos Deputados está movimentada. Os partidos reúnem seus líderes para articularem a defesa de suas propostas a respeito do salário mínimo. O valor sugerido pelo governo (R$ 545) será votado nesta quarta-feira (16). "A caneta do governo é poderosa", afirma o deputado federal Roberto Santiago (PV), vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em menção à influência do Executivo sobre o Legislativo nesta matéria. Para ele, os trabalhadores colaboraram durante a crise econômica mundial e merecem uma recompensa.

- Proponho uma antecipação de 3%. Ou seja, os R$ 545 do governo mais 3%. É uma antecipação, o Planalto vai descontar isso depois em 2012. É preciso deixar os trabalhadores mais simples usufruírem da riqueza gerada em 2010.

Santiago defende o posicionamento das centrais sindicais, que aceitariam negociar um mínimo a R$ 560. Na avaliação dele, a população de baixa renda sofreu com as "quebras de acordos" do governo para com os trabalhadores - durante a crise.

Agora, explica o parlamentar, o reajuste deveria ser mais generoso. "Tivemos um PIB positivo em 2008, negativo em 2009 e um positivo e alto em 2010. A crise em 2009 não quebrou um acordo, mas todos os possíveis". E completa: "Se tem problema no caixa do governo, os trabalhadores não podem pagar por isso".

- Dentro da crise, o governo teve que reduzir impostos, incentivar empresas, gerar empregos, colocar dinheiro no mercado. Nesse momento, as regras foram quebradas, inclusive as do salário mínimo. Quero que os trabalhadores e aposentados tenham direito à riqueza gerada com o bom PIB de 2010, porque no final do ano passado os empresários estavam sorrindo.

Santiago diz acreditar que sua proposta é "absolutamente suportável". "Ela carregaria a previdência com R$ 900 milhões em 2011", detalha, para explicar que a pressão das centrais não tem o intuito de "colocar o governo na parede". "Não é braço de ferro", pontua.