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Assassino do cartunista Glauco vai a nova audiência no Paraná

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CURITIBA - Assassino confesso do cartunista Glauco Villasboas e de seu filho Raoni, o estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, comparecerá a uma nova audiência, no dia 28 de fevereiro, no processo que julga o duplo homicídio qualificado do pai e do filho. Ele também responde pela tentativa de assassinato de um agente federal durante a fuga na ponte da Amizade, na fronteira do país com o Paraguai. Segundo a Justiça Federal, serão ouvidas as testemunhas que moram no Paraná, policiais federais e rodoviários federais. A família do cartunista será ouvida por precatório, na sua cidade, segundo o advogado Ricardo Handro.

A audiência é o primeiro contato do acusado com a Justiça Federal e a Procuradoria da República do Paraná. O Ministério Público Federal do Estado declarou considerar "remota" a possibilidade de uma revisão na inimputabilidade ou a transferência do acusado após a audiência devido ao atestado médico de esquizofrenia. Ele é mantido em custódia desde 2010 em um manicômio judiciário de Curitiba e é considerado incapaz de responder pelos crimes devido ao laudo que atesta seus problemas mentais.

O advogado da família Villasboas, Ricardo Handro, afirma que não vai contestar o laudo que atesta a inimputabilidade do réu. De acordo com ele, a família teme apenas que Cadu seja solto. "Ele representa uma ameaça no convívio social, o importante é que fique recolhido, esteja em uma cadeia ou em um hospital", disse.

O processo corre na 3' Vara Federal Criminal em Foz do Iguaçu e será julgado pela juíza Rayssa Castro Sanchez Rodrigues. A Justiça Federal informou que a transferência do processo de São Paulo para o Paraná deve-se à prisão do suspeito em solo paranaense e ao julgamento da tentativa de homicídio. Cadu foi preso em março de 2010 enquanto tentava atravessar a Ponte da Amizade, fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

 

Entenda o caso

O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada do dia 12 de março com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco, em São Paulo. Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.