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Avós da Praça de Maio pedem que Dilma abra arquivos da ditadura

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Em rápido encontro com as Mães e Avós da Praça de Maio, grupo de mulheres que cobram o paradeiro dos desaparecidos políticos na ditadura argentina, entre 1976 e 1983, a presidente Dilma Rousseff recebeu um apelo para que sejam abertos os arquivos do regime militar brasileiro. A presidente do grupo Avós da Praça de Maio, Estela Barnes de Carlotto, responsável pelo pedido à mandatária brasileira, entregou a Dilma um lenço branco, símbolo do movimento, e um livro contendo fotos da ação militar nos anos de chumbo argentinos.

Carlotto, que tem defendido o resgate da "memória da ditadura" como forma de evitar regimes opressivos de governo, observou ainda ser necessário fazer um levantamento do número de desaparecidos políticos entre os anos de 1964 e 1985, época do regime militar no Brasil. "Compartilhamos com ela (Dilma) a história de seu país, ela que foi vítima da ditadura militar brasileira e sabe o que fala quando o tema é direitos humanos. Dilma fez a gentileza de pedir o encontro e compartilhamos com ela nossas histórias de vida, de luta, de busca da verdade", relatou.

As Mães e Avós da Praça de Maio, além de manter viva a memória dos desaparecidos políticos, têm se utilizado de cruzamento de informações e exames de DNA e, até o momento, conseguiram localizar 102 homens e mulheres que foram afastados dos pais militantes durante a ditadura.

Ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, Dilma abraçou uma a uma as 23 mulheres que participaram do encontro e ouviu relatos sobre os desaparecidos políticos em território portenho.

Comércio

Em sua primeira viagem internacional desde a posse em 1º de janeiro, a presidente Dilma Rousseff desembarcou por volta de meio-dia, horário local (13h de Brasíia), em Buenos Aires. Sua visita de trabalho é, segundo autoridades brasileiras, uma demonstração da importância estratégica que tem a Argentina, principal parceiro comercial do governo brasileiro no Mercosul e um dos maiores no mundo, atrás somente de China e Estados Unidos.

O Brasil é o principal fornecedor e destino prioritário das exportações argentinas. Em 2010, o intercâmbio bilateral chegou a US$ 32,9 bilhões, com déficit de US$ 4,1 bilhões na balança comercial da Argentina com o Brasil.