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Caças: Decisão é do presidente, diz Lula

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Jornal do Brasil

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu sexta-feira que a decisão sobre a compra dos 36 aviões de caças para a Força Aérea Brasileira é política e estratégica e será tomada pelo presidente da República.

A FAB tem o conhecimento tecnológico para fazer a avaliação (dos aviões). E ela vai fazer e eu preciso que ela faça. Agora, a decisão é política e estratégica, e essa é do presidente da República e de ninguém mais disse Lula em entrevista em Ipojuca (PE). Lula disse que, por enquanto, a negociação está na fase do palpite e quem quiser pode dar palpite . Porém, é ele quem vai decidir, pois ainda há muito tempo para discutir.

Eu não tenho obrigação de decidir amanhã, depois de amanhã, o ano que vem. Eu decido quando eu quiser afirmou. Sexta-feira, o Ministério da Defesa revelou que as empresas que estão na disputa para oferecer os 36 aviões de caça ao Brasil têm até o próximo dia 21 para apresentarem suas novas propostas.

Vendas

O presidente explicou que o governo brasileiro está conversando com a França porque Sarkozy foi o único presidente que disse textualmente que o Brasil tem disponibilidade para vender o (que for) produzido aqui em toda a América Latina .

Essa é a única coisa concreta que eu tenho e por isso nós estamos conversando com a França. Se alguém quer ofertar mais, que oferte. Negociação é assim afirmou.

Sexta-feira, a FAB disse que as empresas que estão na disputa para oferecer os 36 aviões de caça ao Brasil poderão melhorar suas propostas. Apesar da preferência do governo brasileiro pela francesa Dassault, ainda estão na disputa a norte-americana Boeing e a sueca Saab. Em nota, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, seguiu a mesma linha do presidente Lula e disse que a FAB fará a análise técnica do processo de compra, restando ao governo analisar a parte política e estratégica .

Na nota, a FAB justifica a abertura do processo para que as outras empresas modifiquem suas propostas. O governo francês já assumiu o compromisso de fazer esforços para ofertar caças Rafale (Dassault) a preços competitivos, razoáveis e comparáveis aos pagos pelas Forças Armadas da França, além de transferência de tecnologia, entre outros pontos. Nesta semana, os outros dois concorrentes também divulgaram o interesse de aprofundar as ofertas , explica.

Segundo o presidente da Comissão Gerencial do Projeto F-X2, os participantes estão sendo avaliados em cinco áreas prioritárias: transferência de tecnologia, domínio do sistema de armas (pelo Brasil), acordos de compensação e participação da indústria nacional, técnico-operacional e comercial.

A FAB informou na nota que, até o momento, o processo de seleção reúne mais de 26 mil páginas de documentos, entre ofertas e contra-ofertas, que servirão como base para elaboração e gerenciamento do contrato a ser firmado. (Com agências)