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Ministério do Trabalho lança o programa Marco Zero

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JB Online

BRASÍLIA - O Ministério do Trabalho e Emprego lança nesta segunda-feira um programa voltado especificamente para a intermediação e capacitação de mão-de-obra rural. Apelidado de 'Marco Zero', o projeto é inédito e terá a parceria dos estados do Maranhão, Pará, Piauí e Mato Grosso. A cerimônia de lançamento será em Imperatriz (MA) e contará com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, e dos governadores que participam da ação, além da representante do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, e de secretários estaduais. O encontro será às 10h no Palácio do Comércio e Indústria de Imperatriz.

O Marco Zero é um projeto piloto que será realizado no âmbito do sistema público de emprego cujo foco é atender empregadores e trabalhadores rurais. O encontro em Imperatriz servirá para que seja assinado o Acordo de Cooperação Técnica visando desenvolver ações voltadas para o projeto. Após a assinatura, os presentes poderão ouvir o depoimento de dois trabalhadores libertos pelo Grupo Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego de atividades análogas à de escravos, João Alves e José Orlando Batista de Jesus, atualmente empregados com carteira assinada.

Os primeiros estados escolhidos para iniciar a ação conjunta foram identificados como áreas de fluxo migratório, uso intensivo de mão-de-obra rural, aliciamento de pessoas para trabalho análogo ao de escravo; de origem ou residência de trabalhadores resgatados; e com forte presença de entidades não governamentais que tratam dessa temática. O MTE e os Governos Estaduais, por intermédio de suas Secretarias do Trabalho, promovem essa parceria para acabar com a ação dos aliciadores de mão-de-obra (o chamado "gato") e garantir o cumprimento das leis trabalhistas.

O serviço de intermediação de trabalhadores já ocorre, há mais de 30 anos, nos centros urbanos, desenvolvido por meio das unidades do Sistema Nacional de Emprego (Sine) que são coordenadas e supervisionadas pelo MTE. As agências já implementadas ajudam não só a reduzir a taxa de desemprego, mas também contribuem para ultrapassar dois obstáculos freqüentes no mercado: a extinção de postos de trabalho não preenchidos e o acúmulo de funções. De acordo com o próprio Sine, em 2007, as agências ofertaram 2,06 milhões de vagas e mais de cinco milhões de pessoas se inscreveram.

No meio rural, o procedimento também será feito por meio dessas instituições, mas seguirá uma metodologia diferente. Tal fato é devido às dificuldades de acesso que as agências podem encontrar, em conseqüência das grandes distâncias a serem percorridas e da falta de cultura de utilização dos mecanismos públicos. Nesse caso, será necessária a articulação entre o MTE e as entidades representativas de empregadores, sindicatos de trabalhadores e entidades de defesa dos direitos humanos para que haja um estímulo à oferta e procura de vagas.