Agência Senado
BRASÍLIA - O senador Sibá Machado (PT-AC) subiu ao Plenário na tarde desta quarta-feira para explicar as razões que o fizeram deixar a presidência do Conselho de Ética do Senado. Segundo ele, os motivos foram muitos, como por exemplo a paralisação dos trabalhos do colegiado, a dificuldade em encontrar um relator e a incompreensão da oposição.
O senador renunciou na terça de noite, depois que dois relatores das investigações contra o presidente da Casa, Renan Calheiros, deixaram o cargo. Calheiros é suspeito de ter contas pessoais pagas pelo lobista de uma contrutora.
Sibá Machado afirmou ainda que não foi submisso a nenhuma pressão e que deixar o cargo foi muito difícil. - Nunca fui de desistir de qualquer tarefa. Fazer isso pela primeira vez foi muito duro para mim. Não queria e não imaginava que tivesse que chegar a esse extremo. As circunstâncias, infelizmente, levaram-me a comunicar a minha renúncia - disse.
Ao se justificar, Sibá disse ainda que se sentia sozinho: Todos são testemunhas de meu esforço para desempenhar minha função com transparência e dignidade. Entretanto, senti que estava praticamente sozinho assumindo uma responsabilidade que é da Casa e de todos os membros do Conselho".
Machado afirmou ainda que sentiu, no decorrer da terça-feira, que alguns senadores estavam incomodados com o encaminhamento dos trabalhos desde a última reunião do Conselho. Ele fez críticas ainda à imprensa. - Li na imprensa diálogos que nunca aconteceram. Fatos fictícios colocados como reais - afirmou.
Disse ainda, que não sofria pressão e que seus valores fundamentais eram a humildade e a lealdade. - Entretanto, minha humildade e minha lealdade nunca deverão ser confundidas com subserviência - ressaltou.