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BRASÍLIA - Depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu os partidos aliados a não pressionarem pela indicação de nomes ao ministério, a Executiva Nacional do PT, reunida nesta segunda-feira, desistiu de apresentar sugestões públicas para a nova equipe.
A Executiva se reuniu por mais de seis horas, mas não divulgou os resultados da discussão que fez sobre a participação do partido no ministério. Segundo o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), a divulgação foi suspensa "por uma questão de cortesia" com Lula.
"Concluímos o debate interno sobre o tema, mas os nomes, as idéias e os conceitos levaremos somente ao presidente no momento em que ele nos chamar", disse Berzoini (SP) a jornalistas.
Em seu programa "Café com o Presidente" na manhã desta segunda-feira, Lula disse que a reforma será pontual e que fica "constrangido" com a indicação de nomes pela imprensa.
Há 10 dias o PT criou a expectativa de que depois da reunião da Executiva seriam divulgados os nomes a serem sugeridos ao presidente, entre os quais o da ex-prefeita Marta Suplicy para Cidades ou Educação.
Nas últimas conversas com políticos, Lula deu sinais de que considera difícil mexer em Cidades, pasta ocupada pelo PP, e de que não gostaria de tirar Fernando Haddad da Educação. Setores do PT também querem indicar o deputado Walter Pinheiro (BA) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O encontro de Lula com o PT não tem data marcada. Lula disse no programa de rádio que, além de seu próprio partido, precisa conversar com PV e PR para completar a primeira rodada de discussões com os partidos da coalizão governista.
Lula também disse que os partidos políticos ainda estão "se alinhando" e que terá "muito mais tranquilidade" para mudar o ministério depois de uma acomodação. No dia 11 de março, o PMDB escolhe em convenção seu próximo presidente nacional.
Desde que "Café com o Presidente" foi criado, em novembro de 2003, foi a primeira vez que Lula utilizou o programa semanal de rádio para abordar assuntos de política partidária. Normalmente ele só comenta temas administrativos ou de política externa.
Além de advertir os aliados contra as pressões pela nomeação de ministros --que partem especialmente do PT e do PMDB--, Lula reafirmou que a reforma será pontual, com o objetivo de incorporar o PDT e "acomodar" o PMDB .
- Todos os partidos (aliados), com exceção do PDT, estão contemplados dentro do governo, ou seja, você pode trocar alguns nomes, mas a maioria dos partidos já está totalmente contemplada, disse Lula no rádio.
- Você pode terminar uma articulação com o PMDB. Eu tenho trabalhado com muita insistência para uma unificação do PMDB como um todo na bancada federal e no Senado, acrescentou.