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Após experiência conturbada, Lula adia anúncio do segundo ministério

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Rafael Lemos, Agência JB

RIO - Ao contrário de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu posse aos ministros de Estado neste 1º de janeiro. A previsão é que a montagem do ministério para o segundo mandato aconteça em meados de janeiro ou início de fevereiro.

O primeiro ministério de Lula foi marcado por polêmicas e escândalos.

Na gestão do então ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, sem prévio aviso, o pagamento dos benefícios de pessoas com mais de 90 anos de idade.

Para voltar a recber, os idosos teriam que passar por um recadastramento. Depois de longas filas e muitos protestos, o governo teve que recuar e reestabelecer o pagamento dos benefícios, além de não fixar prazo para o recadastramento.

Já o ministro-chefe da Casa Civil empossado em janeiro de 2003, José Dirceu, foi apontado com o grande articulador de um esquema para compra de votos de parlamentares -o "mensalão". Dirceu, que era considerado o homem mais forte do governo Lula, deixou o cargo e retomou o cargo de deputado federal para se defender das acusações e acabou tendo o mandato cassado.

Outro nome de grande prestígio junto ao presidente, o primeiro-ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci, também se viu envolvido em denúncias de corrupção durante o seu mandato como prefeito de Ribeirão Preto. Depois, durante as investigações, a quebra do sigilo bancário da principal testemunha docaso, o caseiro Francenildo Costa, foi a gota d'água que levou à sua saída do governo.

Com status de ministro, o secretário de Comunicação Social do primeiro governo Lula, Luiz Gushiken, também foi acusado de envolvimento no "mensalão".

Já o ministro da Saúde escolhido por Lula em 2003, Humberto Costa, foi alvo de críticas e do escãndalo da "Máfia dos Vampiros" - um esquema de superfaturamento e fraude de licitações no ramo de hemoderivados, que o ministério distribuía à rede pública. Depois de ter deixado o governo para disputar a eleição a governador, Costa ainda teve seu nome envolvido no esquema da "Máfia das Ambulâncias".