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Lula condena execução de Sadam e critica ingerência no Iraque

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Reuters

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o enforcamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e afirmou que o ato não vai resolver os problemas no Iraque, agravados pela influência sobre o governo local das forças de ocupação.

- Eu sou contra a pena de morte por convicção, não apenas religiosa, mas convicção política - disse Lula a jornalistas durante visita a uma exposição de fotos da última campanha eleitoral.

- Não sei se o julgamento de Saddam Hussein foi um julgamento ou uma vingança. De qualquer forma, eu acho que isso não resolve o problema do Iraque - disse Lula.

Saddam foi executado no início da manhã deste sábado em Bagdá, condenado por crimes contra a humanidade por um tribunal iraquiano. Imagens da televisão estatal do Iraque mostraram o ex-ditador sendo conduzido ao cadafalso, após uma corda ter sido amarrada em volta de seu pescoço.

- Eu acho que a violência vai continuar. O Iraque só vai ter a solução dos seus problemas quando os próprios iraquianos tomarem as decisões, certas ou erradas, e tomarem o destino nas suas próprias mãos - disse Lula.

- Enquanto tiver gente de fora dando palpite na política do Iraque, ela não vai dar certo. Não vai dar certo lá, não daria certo no Brasil, na Argentina, não daria certo na Rússia e muito menos nos Estados Unidos - afirmou o presidente brasileiro, que foi contra a invasão norte-americana em 2003.

- Eu penso que os que estão hoje ocupando o Iraque têm que ter consciência de que o Iraque só vai encontrar a paz quando permitirem que as divergências internas sejam resolvidas por eles mesmos. Enquanto tiver gente achando que de fora pode dar solução, não vai ter solução.