ASSINE
search button

Partidos ditam ritmo lento para reforma política

Compartilhar

Ricardo Amaral, Reuters

BRASÍLIA - No topo da agenda do governo e dos partidos para 2007, a reforma política depende de um difícil consenso para se transformar em realidade. A reforma 'subiu no telhado', como dizem os políticos sobre temas que vagam no limbo legislativo. Enquanto dirigentes partidários enfrentam resistências, dúvidas e divisões internas a respeito de como devem exercer seu próprio ofício, corporações e organizações sociais apresentam uma agenda que privilegia o controle da atividade política e maior participação dos eleitores no processo legislativo.

- A sociedade está mobilizada em torno desse tema, mas é preciso um consenso partidário, envolvendo governo e oposição, para aprovar as mudanças. Se o Congresso não quiser, a reforma não sai - disse à Reuters o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que coordena a discussão no Planalto.

O governo já recebeu propostas da OAB, da Associação dos Magistrados, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e da Coordenação dos Movimentos Sociais, mas ainda aguarda os partidos políticos, teoricamente os maiores interessados na questão.

- É natural que os partidos ainda não tenham formulado suas teses, porque o Congresso está em final de legislatura, mas os presidentes das legendas estão se movimentando para isso - conforma-se o ministro.

Na primeira reunião do conselho político da coalizão, no início de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos presidentes de dez partidos aliados (PT, PMDB, PSB, PDT, PTB, PP, PR, PCdoB, PV e PRB) que apresentassem suas propostas para discussão em janeiro, mas isso só deve ocorrer em fevereiro, segundo Genro.