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Cid Gomes derruba PSDB no Ceará e sai da sombra do irmão

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Maurício Savarese, Reuters

BRASÍLIA - Apesar do cargo de prefeito em Sobral, uma das maiores cidades do Ceará, Cid Gomes (PSB) vivia até as eleições deste ano sob a sombra do irmão Ciro, ex-ministro que ocupou o Palácio Iracema de 1991 a 1994. Uma grande virada, no entanto, fez dele o homem que encerrou o domínio de duas décadas do PSDB no governo estadual.

Ao surpreender o atual governador Lúcio Alcântara e tirá-lo do cargo já no primeiro turno da eleição, esse engenheiro civil de 43 anos interrompeu a alternância tucana no comando do Estado, incluindo o próprio Alcântara, o senador Tasso Jereissati e Ciro, que deixou o PSDB em 1996.

Depois de se eleger duas vezes deputado estadual e uma vez prefeito de Sobral como tucano, Cid acompanhou o irmão na transferência para o PPS, em meio a discordâncias com a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e planos do ex-ministro da Fazenda de disputar a Presidência. Pela sigla, reelegeu-se na prefeitura com ampla votação.

A mais recente mudança de partido veio em 2005, depois de Ciro, então ministro da Integração Nacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixar o PPS devido a atritos com o presidente da sigla, Roberto Freire, oposicionista.

Cid seguiu o irmão para o PSB, quando ainda trabalhava em Washington como consultor do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) e se viabilizou neste ano como candidato ao governo estadual.

Os principais cabos eleitorais de Cid foram o irmão mais famoso e o presidente Lula, cuja campanha no Ceará foi coordenada no segundo turno pelo governador eleito.

Nascido em Fortaleza, Cid Ferreira Gomes contou com uma grande aliança para se eleger: PT-PCdoB-PMDB-PRB-PP-PHS-PMN-PV ajudaram o candidato do PSB, oriundo da tradicional família da política local, apesar de ter sido apresentado aos cearenses como candidato da mudança.