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A sucessão

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A permanência do presidente Michel Temer no cargo é uma necessidade do sistema financeiro, pois sua desestabilização traria graves consequências nesse momento em que a Instituição Fiscal Independente (IFI) - um órgão do Senado - divulga cálculos que apontam que a dívida bruta do governo geral pode superar em 2020 os 100% do PIB.  

A crise, neste caso, não chegaria em 2020. Seria sim iminente, para já. Nenhuma reforma seria aprovada e o caos se instalaria. 

Este é o consenso do sistema financeiro, que há muitos anos usa a mídia brasileira como seu porta-voz pelo volume de anúncios e grandes publicidades, como se os interesses dele fosse também a necessidade do povo. 

O presidente Michel Temer dificilmente cairá nesses próximos dias com a votação no Congresso, que não terá a mesma facilidade da primeira denúncia. Ele sairá vitorioso. Mas o grave está na sucessão de Temer. 

Lula pode sofrer as consequências com sua inelegibilidade, em função dos processos, o que permitirá sem qualquer sombra de dúvida uma reação imediata do povo, fazendo com que as eleições tenham candidaturas extremas que dividirão o Brasil. 

A certeza que já se tem é que a esquerda não terá um candidato sofrível como Fernando Haddad. A esquerda vê a possibilidade de ter um candidato - guardadas as devidas proporções - que fosse tão violento como em 1989 Lula se apresentou, trazendo preocupação com suas posições mais avançadas. E naquela época, não se vivia a crise que se vive hoje.

Com esta crise, para empolgar a massa e o povo o candidato de esquerda será inexoravelmente um que se identifique com a pobreza e com o pobre. E o candidato conservador vai ser o que se identificar com a radicalismo e a direita.

Qualquer que venha a ser o resultado, será muito difícil governar. Quem sabe o Brasil vai sentir necessidade de novamente trazer um candidato que contorne a radicalização e que acene para o mercado.