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O Brasil visto por fora e o mundo que o Brasil vê

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A imprensa do mundo - sempre bem patrocinada, muitas vezes até por grandes empresas brasileiras, principalmente a do mercado financeiro - não perde a oportunidade de fotografar o Brasil em absoluta falência moral, ética e em situação financeira ruim, como realmente está. 

E o mundo, como está?

O mundo dos atentados em Londres, na Marselha, na Bélgica, e que ontem produziu mais cenas dantescas, que não chegaram a parecer uma Guernica do velho Picasso, mas era um quadro chocante onde senhoras apanhavam de jovens militares e crianças sangravam, num total de 700 feridos. Parecia realmente aquele que, num momento, ficou conhecido como o mundo do Franco.

Hoje se vê um velho americano, mais ou menos contemporâneo do presidente do Donald Trump, fazendo tiro ao alvo com vidas, usando arma de calibre e balas mortais. A polícia americana diz que ele se suicidou, mas até agora o mundo não sabe se era doente ou se fazia algum tipo de tratamento, quando é fácil para as autoridades policiais americanas descobrir e esclarecer ao mundo isso. 

Pobre Rocinha, produto da elite e dos que não querem nem saber da pobreza. Não matam para fazer tiro ao alvo. Não matam para se separarem, porque já são apartados. 

Não se defende um crime nem o negócio da droga, mas todos deveríamos fazer uma reflexão: O que é Rocinha? Todos fazem estudos de como policiá-la, mas não se vê estudo de sociólogo explicando por que se formam tantas Rocinhas no Brasil.

É espantoso ver a fisionomia dos moradores da Rocinha quando se imaginava que ficariam felizes com a intervenção dos militares para dar proteção a eles. Não há foto ou vídeo que demonstre qualquer tipo de satisfação. As fotos nas ruas, com soldados militares passando, tinham muito mais o sentido de indiferença. Primeiro porque muitos que estavam ali também moram ali ou em outras comunidades. Segundo porque sabiam que ali chegava a truculência contra a truculência, mas não chegava nem comida nem oportunidade de trabalho.

Os que vivem ali, hoje torcem mesmo é para ter a felicidade de trabalhar e de comer.

Enquanto isso, na Europa, líderes reagiam desta maneira aos confrontos durante plebiscito na Catalunha:

Anne Hidalgo, prefeita de Paris

"Sou andaluz de origem, e parte da minha família é catalã. O que acontece é muito triste. Confesso que não entendo qual Catalunha quer se separar da Espanha (...) Me custa, no plano afetivo e no racional (...) Talvez possam ser feitas mudanças na relação entre o poder central madrilenho, que nem sempre está certo, e a Catalunha, mas esse desejo de independência me parece muito perigoso para a Espanha e inclusive para a Europa. Estou preocupada. Espero que a Espanha consiga encontrar um caminho com a Catalunha".

Nicola Sturgeon, primeira-ministra escocesa:

"Independentemente das opiniões sobre a independência, todos deveríamos condenar as cenas que aconteceram ali e pedir à Espanha que mude de rumo antes que alguém saia gravemente ferido", tuitou. "Deixem as pessoas votarem pacificamente".

Geert Bourgeois, presidente da região belga de Flandres:

"Madri, pare a violência e estabeleça um diálogo com a liderança legítima de um povo pacífico".

Charles Michel, primeiro-ministro belga:

"A violência nunca pode ser a resposta! Condenamos qualquer forma de violência e reafirmamos nosso pedido por um diálogo político"

Gianni Pittella, porta-voz dos social-democratas:

"O referendo ilegal não é válido, mas é um dia triste para a Espanha e a Europa", "os sentimentos de tantos cidadãos e cidadãs catalães que ocuparam as ruas também devem ser escutados".

Uma observação: o plebiscito era ilegal, contrariava a constituição espanhola, e a Catalunha é submetida a esta legislação. A liderança do mundo admite a ilegalidade, mas não admite a violência com que houve a repressão.