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A polícia e a violência

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Imagens divulgadas principalmente pelas redes sociais mostram que a polícia militar, em muitos episódios, usou da violência contra manifestantes que estavam protestando de forma pacífica na última sexta-feira (28) - dia da greve geral contra reformas trabalhista e da Previdência.

Para além das críticas à ação da PM, vale também uma reflexão mais ampla sobre o complexo cenário. 

Há muitos anos a categoria dos policiais militares vem enfrentando a deterioração das condições de trabalho, com equipamentos como armas e coletes que não funcionam, salários baixos e, agora, até com a falta dos salários. Levando-se em consideração que sua atividade é de alto risco, não é difícil concluir que todos estes ingredientes formam um caldeirão realmente perto de explodir.

Como se não bastasse, o policial militar - que tem a função de defender a sociedade - não é defendido pelas organizações e instituições. Pelo contrário: trabalha em condições precárias, com salários baixos e sem a certeza de que vai voltar para casa no fim do dia, principalmente pelo fato de enfrentar uma criminalidade muito bem armada.

Dados do Instituto de Segurança Pública mostram que, em março, as mortes em decorrência de autos de resistência tiveram um aumento de 96,7%, em comparação com março de 2016. Ao mesmo tempo, os números apontam também que só em 2017 já foram 49 policiais mortos no Rio de Janeiro.

O descontrole em função da crise, da falta de salários e da insegurança atinge a todos, indiscriminadamente. Os formadores de opinião precisam estar atentos ao que está acontecendo no Brasil, e sobretudo no Rio de Janeiro. Estamos nos transformando numa bomba de proporções inimagináveis.