Com o começo das interdições e da penalização para quem trafegar nas vias preferenciais para a Olimpíada do Rio, a manhã desta segunda-feira (1º) deu as primeiras mostras do que serão os próximos 15 dias na cidade. Quem saía da Barra em direção a Zona Sul enfrentava um congestionamento ainda mais pesado do que o normal. Com a Avenida Niemeyer destinada somente para a "família olímpica", ônibus, moradores do Vidigal e hóspedes dos hotéis da área, não restava outra alternativa aos motoristas senão enfrentar ainda mais horas de trânsito pesado para seguir para o trabalho.
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As interdições e vias preferenciais transformaram o já pesado trajeto de milhares de trabalhadores em uma verdadeira via crúcis. Se muitos já levavam horas para se deslocar de casa para o trabalho, agora este tempo se multiplicou, o que significa mais sacrifício e mais horas do dia perdidas em congestionamento. Pesados engarrafamentos também eram registrados na Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela, com motoristas relatando até três horas a mais no trajeto.
E o pior: enquanto os carros se espremiam nas faixas em que são permitidos trafegar, a faixa olímpica - protegida por uma multa de R$ 1,5 mil, valor que tem gerado polêmica na Justiça e que representa quase o rendimento médio mensal dos brasileiros, que é de R$ 1.972, de acordo com o IBGE - segue vazia, à espera da "família olímpica".
E a "família brasileira", como fica? É este o legado da Olimpíada aos trabalhadores?