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Andrade Gutierrez e o reconhecimento do dolo

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O comunicado divulgado pela empreiteira Andrade Gutierrez nesta segunda-feira (9), com as "justificativas" e as "desculpas" pelos erros cometidos, são um reconhecimento do dolo (que na definição do dicionário significa engano, fraude, astúcia, traição, má-fé, ação praticada com a intenção de violar o direito alheio) do que praticou.

A empreiteira reconheceu que cometeu um crime doloso, pois sabia como agir sem precisar tomar a iniciativa de corromper. O argumento de que foram pressionados a corromper não deve ser verdadeiro pois, se fosse, eles não teriam um código de como agir, como dizem ter. E se admitem que tinham este código, é  porque o crime é doloso. Roubavam sabendo como fazer para ganhar a concorrência sem precisar corromper.

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O jurista e professor de direito da USP, Modesto Carvalhosa,  deu entrevista à rádio CBN nesta segunda-feira, na qual questionou a eficiência dos acordos de leniência das empreiteiras.

"As mesmas famílias que dominaram durante décadas, continuam operando essas companhias com aquela cultura brasileira típica do suborno do poder publico. Portanto, este acordo de leniência com várias companhias do cartel da Petrobras, pode levar, daqui a alguns anos, a uma volta completa da corrupção no Brasil. A unica função que haveria para acabar com a corrupção das empreiteiras seria mudar o controle delas para outros grupos, e não as famílias que dominam essas mesmas empresas."

>> Ouça o áudio da entrevista