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Quando o Legislativo fica inviabilizado, a própria democracia fica inviabilizada

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A denúncia apresentada nesta sexta-feira(6) à Justiça, por procuradores da Lava Jato, contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) é o mais novo capítulo de uma sequência interminável, e praticamente diária, de políticos e seus crimes expostos. 

Gim Argello, preso por suspeita de envolvimento em pagamentos de propinas por empreiteiras, é mais uma peça num gigantesco dominó que tomba envolvendo empresários e políticos dos mais variados partidos e correntes. Recente levantamento da agência de jornalistas Lupa aponta que, dos 513 deputados da Câmara, nada menos que 299 têm ocorrências judiciais, incluindo também líderes de partidos. Esta sangria diária exposta nas televisões, sites e jornais atinge em cheio a credibilidade da democracia, tão duramente conquistada por este país.

O povo não aguenta mais ver seus representantes diariamente acusados dos mais variados crimes. O perigo que se corre é um só: o Congresso perder sua credibilidade e a democracia mais uma vez ser colocada em risco. 

Ou a Justiça se antecipa, mostra ao país e pune de uma vez os ladrões, ou veremos o Legislativo agonizar a conta gotas e, como ele, os princípios democráticos. Quem avaliza a democracia é o Congresso. A sangria diária faz com que o povo não acredite mais no processo democrático. E quando se perde a confiança na democracia, abre-se uma perigosa porta para soluções totalitárias.

É mais do que nunca urgente que a Justiça aja com rapidez, prenda e puna todos que mereçam ser punidos, resgatando a credibilidade do Congresso e preservando a tão essencial democracia.