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A síntese do capitalismo é o sistema financeiro, que é o banco

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No Brasil, os capitalistas e a classe A enriquecida são os que mais choram, mais clamam pela queda da presidente Dilma Rousseff e o fim do império petista. São aqueles que, no mundo, assistem ao símbolo deles, o capitalismo - que são os bancos - passar por sufoco jamais visto desde o crack de 1929. 

O maior banco americano perde mais de 40% de seu capital. O Citibank, que há menos de dez anos recebeu suporte do governo americano, fugindo de todos os fundamentos das regras de mercado - a intervenção do estado no sistema financeiro - perde 50%.

Na Alemanha, onde existem dois bancos, o governo alemão já declarou que não vai deixar o Deutsche Bank ser vendido ou sofrer qualquer ameaça de quebra. É o estado defendendo o banco. Na Europa, onde há crise na Grécia, há crise na Espanha, em Portugal, o prejuízo dos bancos europeus é assustador. Só na Itália, os bancos já caíram 31%, e o Ubi Banka caiu 12,11% em apenas um dia. 

No Brasil, país da pobreza, ricos reclamam dos líderes que fazem qualquer tipo de intervenção a favor deste segmento da população, que representa mais de 70% do país, e assistem calados, alguns até batendo palma, ao exorbitante lucro dos bancos. O Bradesco teve lucro de R$ 17,190 bilhões em 2015. Itaú contabilizou lucro de R$ 23,35 bilhões em 2015. E o Santander somou lucro de R$ 6,624 bilhões. Todos com aumento entre 13% e 15% com relação ao ano anterior.

Todos sabemos que estes lucros vêm da extorsão do sistema financeiro, com as magníficas taxas de juros, enriquecendo seus acionistas de forma muito mais concentrada do que o que acontece no mundo, onde os donos dos bancos europeus e americanos estão pulverizados em diversos acionistas. Aqui são grupos familiares. 

Isso sem falar nos grupos estrangeiros, como o Santander, que ajudam seus bancos de origem a remunerar melhor também seus acionistas. Ali como aqui, grupos familiares. Fundamentalmente na Espanha. 

Às custas de quem este enriquecimento? Por que a extorsão das exorbitantes taxas de juros para o governo pagar os poucos professores que ainda existem, mal remunerados; os médicos que não existem, mal remunerados; a segurança pública que não existe, mal remunerada. São os custos do governo para garantir a sobrevivência fundamentalmente dos pobres e dos mais pobres. Dos miseráveis.

Aqui não há passeata para que este sistema acabe. Aqui, até pouco tempo, o ministro da Fazenda era funcionário de bancos internacionais, responsáveis pela miséria do mundo - FMI, Banco Interamericano de Desenvolvimento e outros - sustentados por países pobres como o Brasil, que remuneram regiamente esses doutores da lei, cujos remédios que conhecem não impedem a morte pela fome e pela pobreza dos mais necessitados do mundo. 

Procure saber, povo brasileiro, do salário desses executivos, guardando o respeito ao trabalho. Diferentemente dos atos de rapinagem ou corrupção dos empregados das empresas que roubaram no Brasil, eles ganham honestamente. Mas com certeza em função da pobreza do Brasil e dos brasileiros pobres, em função da pobreza do mundo, e do mundo pobre.

E mais triste é ver a responsabilidade desse senhores, únicos ganhadores desse momento em que o PIB do Brasil cai 3% ou mais, o que eleva o desemprego a níveis de 12% dos que em algum momento tiveram carteira de trabalho. Vale lembrar que não podemos considerar que este seja o verdadeiro número, até porque a grande maioria dos desempregados é daqueles que nunca tiveram carteira de trabalho, e os desempregados são do segmento do comércio, da indústria, da agricultura... 

Mas graças a Deus, essa praga do desemprego não atingiu o segmento bancário. A não ser por razões de tecnologia, nas quais substituem homens por máquinas. E cada vez substituem mais. Mesmo assim, não remuneram os bancários proporcionalmente aos lucros que têm. Um bancário recebe aumento da inflação, e o lucro do banco é de 60%, 70% ao ano. 

De qualquer forma, o fantasma do desemprego, a morte pelo desemprego, a fome pelo desemprego não atingiu este segmento. 

E a maioria desses senhores são os que apontavam na campanha outros candidatos que não esses que foram eleitos. Mesmo os grupos estrangeiros, que nem nos seus países deveriam se meter como aqui se meteram, divulgando inclusive pesquisas de opinião. São esses os que querem ou que fomentam mídias estrangeiras a destruírem a imagem do Brasil. 

Muitos jovens esqueceram daquela velha proclamação de revolta: "Brasil unido jamais será vencido". Mas o Brasil unido é o Brasil da pobreza, dos brasileiros que não podem comprar casa no exterior. Os brasileiros que nasceram, construíram e morrerão neste país, seja o país como for. 

Daqui só saem aqueles que agem de forma diferente daquele slogan, "Ame-o ou deixe-o". Os que nunca amaram o país já estão o deixando. Não só por não terem amado, mas principalmente por o terem roubado.