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É possível acreditar que os ladrões da Petrobras devolveram tudo o que roubaram?

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Quando a opinião pública toma conhecimento que o ex-gerente da Petrobras Paulo Barusco, após ter devolvido R$ 130 milhões aos cofres públicos, continua morando nas mesmas casas e tendo os mesmos gastos de um bilionário - e que o suposto lobista Hamylton Padilha, que devolveu R$ 70 milhões, deve seguir pelo mesmo caminho - deve se perguntar: quanto realmente esses senhores devem ter roubado?    

Partindo do pressuposto que não podem movimentar dinheiro por serem ladrões confessos, eles já deveriam estar com seus bens bloqueados.

Se eles devolveram o que roubaram, e continuam com as mesmas casas luxuosas, as mesmas propriedades, tanto no Brasil quanto no exterior, se supostamente estão com as mesmas lanchas, com os mesmos gastos domésticos - que devem ser bem grandes - é possível acreditar que tenham devolvido tudo? 

O mais grave é que seus bens só podem ser ter sido construídos com fruto de roubo, que já acontecia há bastante tempo. Dá para se admitir que só roubaram o que devolveram? Esses R$ 200 milhões devem representar 1% do produto do roubo daqueles que o corromperam. Acreditar nessa devolução é acreditar em Papai Noel. O bloqueio bancário indica apenas o que é visível do roubo.

A sociedade pergunta: esses senhores perderam tudo? Possuem casa no exterior? Suas lanchas foram arrestadas? Continuarão tendo altos custos? 

E qual terá sido o lucro das empresas que realmente foram as responsáveis pela corrupção?

Quando um ladrão pobre rouba e é preso, seus familiares passam fome. Quando eles voltam da prisão, ou continuam roubando ou enfrentam muita dificuldade de se recuperar financeiramente.

E enquanto isso, todo o país sofre com o crescimento negativo, com a falta dos 60% de investimentos no país, que vêm da Petrobras, com as montadoras desempregando e com a pobreza se arrastando por todo o país.

Dá para acreditar que esses delinquentes corruptos e corruptores mereçam ainda qualquer tipo de distinção, até mesmo no conceito de delação premiada?

Somos francamente favoráveis à delação premiada, mas não que elas sirvam para deixar livres delinquentes, verdadeiros responsáveis pelo sofrimento da desmobilização de todo um povo como o nosso.