Não são de hoje os episódios de tentativa de envolvimento de filhos de presidentes em acusações.
Começa com o filho de Getúlio Vargas, Manoel Vargas, pressionado. Como não podiam acusar os outros irmãos, Lutero, Alzira e Jandira, Manoel foi o alvo e acabou morrendo.
Depois passaram a acusar o irmão de Getúlio, Benjamim. Veio o suicídio.
Os filhas de Juscelino Kubitschek, Márcia e Maria Estela, também foram alvo. Tanto que, em meio a acusações de corrupção, acabaram sendo ironizadas por Juca Chaves em uma de suas marchinhas: "Voar, voar, voar, voar/ Voar, voar pra bem distante/Até Versalhes onde duas mineirinhas valsinhas/ Dançam como debutante, interessante!
Na ditadura, os atacados eram o genro de Castelo Branco e o filho de Costa e Silva, que foi trabalhar com Walter Moreira Salles e um outro grupo que fornecia armas para as Forças Armadas.
O general João Batista Figueiredo também viu seus filhos acusados de envolvimento com o contraventor Castor de Andrade numa siderurgia
Com José Sarney, filhos e o genro foram alvos. Com Fernando Collor, os irmãos. Fernando Henrique Cardoso também viu seu filho acusado de envolvimento com alguns empresários ligados à siderurgia e que foram vitoriosos em algumas privatizações de estatais.
Agora, para acusar Lula - mesmo não sendo mais presidente -, tentam envolver seu filho em negócios.
Nesse momento de uma crise econômica mundial, alardeiam o desemprego no Brasil de 9%. Na Espanha, a taxa de desemprego é de 20%, em Portugal, mais de 20%, na Grécia não há trabalho. A Europa se desmilinguindo...
Claramente há uma articulação como no passado, quando tentaram depor governos atacando os filhos dos presidentes. E hoje há um cenário muito ruim, em que faltam lideranças no Brasil, tanto no segmento politico quanto no empresarial, com seus mais importantes representantes envolvidos como escancarados corruptores.
Esta tentativa de desestabilizar o país acusando filho de ex-presidente não custará caro só àqueles que são acusados, mas custará caro também a toda a nação brasileira, num momento em que há falta de lideranças no país. O ex-presidente Lula é a única liderança que ainda existe, principalmente na classe mais sofrida do Brasil.