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Crise econômica, crise política e corrupção: três ferramentas explosivas para um país

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Num momento em que a Justiça constada irregularidades em empresas vinculadas ao governo que, segundo informações que saem do poder judicial ou policial, envolvem funcionários de escalões inferiores ou poucas autoridades no exercício da função no Executivo, o envolvimento do Poder Legislativo e a tentativa da defesa de alguns do Poder Legislativo tentam envolver ação política, fugindo da razão.

A defesa caminha para um confronto em que esses pensam que derrotados e vencedores poderão governar. Desacreditam da força do povo.

Podem surpreender a todos as reações de um povo sofrido, com mais de 120 milhões numa categoria social na qual o poder público não pode oferecer saúde, segurança e nem educação, e agora ainda mergulhando no desemprego e assistindo a esta anomia já instalada no país.

O que se tem visto no Oriente não deveria ser esquecido pelas autoridades de todos os segmentos que têm responsabilidade pelo país.

Não são os executivos corruptores os verdadeiros responsáveis pela corrupção. São sim os proprietários dessas empresas, pois não se tratam de sociedades anônimas cujas ações são divididas entre milhares de acionistas. 

No Brasil, se for verdade o que vem sendo divulgado, as empresas são contratadas por seus donos, irmãos, pais, filhos, filhas, são absolutamente  esses senhores os verdadeiros responsáveis pelo processo corruptor.

Lamentavelmente são empresas responsáveis  pelo desenvolvimento de grande parte de nosso país, empresas de comunicação, transporte, concessionárias de serviços públicos que ainda, em função do que fazem os segmentos de apoio, empregam milhares e milhares de brasileiros.

Na tentativa de responsabilizar o país, esses criminosos corruptos, como afogados, afogam quem lhes vai salvar. Delatam com a vontade de quanto maior forem os "solidários" de seus crimes, mais tempo podem ficar em casa, mesmo com tornozeleiras. Não sofrem o constrangimento de uma cela onde não cabem um e ficam cinco. Percebem hoje como vivem os miseráveis brasileiros em suas casas. As condições de instalação numa cela são muito melhores que a maioria da população tem onde vivem.

O suposto envolvimento do Poder Legislativo e a forma de condução desse processo permitem uma dúvida daqueles que preferem denunciar e indiciar, não dando às instâncias maiores o direito que lhes cabe de fazer o processo. Aos poderes maiores caberá o direito de dizer "sim" ou "não" ao que lhe for encaminhado.

Se aquele que têm a capacidade de julgar e decidir sobre os poderes inferiores aos deles discordarem de uma decisão do Ministério Público e da Polícia Federal depois de fartas acusações que sofrem supostos criminosos, será muito difícil um poder maior discordar, pois a opinião pública pode passar a desconsiderá-los.

O grave é que já se ouve de vários doutores da lei opiniões que podem prejudicar as decisões dessas instâncias inferiores. E o povo, enfurecido com denúncias tão grandes veiculadas em todos os meios de comunicação e com a pobreza tão grande que vive, pode confundir o direito com a emoção.

O país vive momentos difíceis, mas com certeza não acabará. Seria muito importante que homens de saber, com passado e presente limpos, empresários, professores ou que tipo de brasileiros forem, chamem a atenção de todos para um país tão grande e com uma população tão sofrida, que começa a efervescer.