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A sucessão 2018

Articulações de PT, PMDB e PSDB já estão em campo

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No Rio de Janeiro, alguns tradicionais políticos mais velhos dizem que é cedo para falar em sucessão presidencial. Com o velho jargão, dizem que tem "muita água para rolar debaixo da ponte". 

Mas os experientes, senão na idade, mas na vivência do dia a dia, acreditam num outro jargão que diz: "A eleição começa no dia seguinte do resultado da anterior."

Por tudo isso não temos dúvida de que a sucessão presidencial é jogo jogado. Os peemedebistas modernos dizem, como se fosse uma verdade verdadeira, que o PMDB não aceita ser mais coadjuvante. Não se lembram ou não querem se lembrar de que não houve peemedebista mais importante que Ulysses Guimarães na história do PMDB. O homem, apelidado de "Diretas Já", pai da Constituinte, e com todos esses méritos, não teve mais de 5% dos votos na eleição em que o PMDB lançou candidatura própria. Nos estados, o partido só conseguiu vitória quando apoiado por qualquer coligação. Não se conhece vitória do PMDB, nem a do Quércia, pois tinha com ele o MR8, uma organização que foi da clandestinidade. Seu vice chegou a ser no passado um grande terrorista. Hoje, é um conservador líder tucano. 

Nas quatro últimas eleições para a Presidência da República, o PMDB não conseguiu mais que um lugar como vice nas chapas vitoriosas. Mas hoje, com a destruição do PT, principalmente com a campanha que sofre, quase que institucionalizada, por 90% dos meios de comunicação do Brasil, o PMDB estuda lançar um candidato. E um candidato natural deve ser o prefeito Eduardo Paes - os resultados administrativos e das Olimpíadas o transformarão numa grande liderança nacional. Com certeza esta seria a candidatura dos sonhos até de grandes líderes petistas, que estariam dispostos a indicar o vice da chapa. 

Mas existem rumores de que um dos supostos candidatos tucanos - que por dificuldade em seu partido e já tendo sido derrotado duas vezes - busca simpaticamente um diálogo com grandes lideranças do PMDB para transformar-se no candidato do partido. Partido que, com certeza, nas eleições municipais conseguirá a eleição do maior número de prefeitos. Tendo sido candidato derrotado duas vezes, esse líder tucano sabe que pode não ter vez na convenção de seu partido. E se esse apoio existir, com certeza sofrerá uma terceira derrota. Só não existirá se for candidato do PMDB. Num segundo turno, se o candidato do PSDB vier a chegar em terceiro, esse novo peemedebista, antigo tucano, poderá fazer uma composição com seu antigo partido, e aí oferecer grande dificuldade à eleição de algum petista histórico, sendo até, no raciocínio deles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A sofisticação do exercício faz reflexão na possibilidade inclusive de três candidaturas conservadoras.

A consagração oferecida na última sexta-feira aos correligionários do governador Geraldo Alckmin mostrou aos tucanos ser muito difícil fugir das mãos dele a candidatura à Presidência da República, podendo fazer com que Alckmin teste sua força lançando à Prefeitura de São Paulo seu vice do PSB. Esse confronto mostrará se Alckmin sairá candidato do PSDB ou do PSB, mas com certeza Alckmin é o único dos líderes que terá lugar a lançar-se à Presidência da República. Lhe sobram partidos.

Aécio Neves poderá ser o candidato tucano se Alckmin for inviabilizado, ou ser candidato ao governo de Minas Gerais, o que fará com que  o candidato da oposição ao PT consiga os votos necessários que faltaram a ele mesmo, Aécio, para derrotar Dilma Rousseff.

Nessa quadra, os que analisam só podem avaliar uma retomada petista se o candidato for Lula, e se o processo começar a se radicalizar já no segundo semestre.

>> 'JB' antecipa articulações políticas para a sucessão de 2018