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A crise política e o que está por vir com uma população pobre e revoltada

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Quando o vice-presidente José Alencar assumiu o Ministério da Defesa, não houve nenhuma provocação dando a entender que o então presidente Lula não tinha forças com os militares e, por isso, não havia essa campanha que está sendo feita agora contra o Brasil. Campanha que pode trazer como consequência uma grave crise institucional de desdobramentos imprevisíveis.

Não se percebe que a população vai estar ao lado de um governo conservador. Prova disso é que o então candidato à Presidência Aécio Neves, que da ala conservadora pode ser considerado o mais avançado, teve 1/3 dos votos. Se os outros 1/3 que votaram em branco, nulo e se abstiveram quisessem realmente dizimar a presidente Dilma Rousseff, estavam diante da oportunidade perfeita. Era só votarem em Aécio.

Analistas devem perceber que o ódio caracterizado pelo descaso de 1/3 dos eleitores na eleição de 2014, que não quiseram votar em nenhum dos candidatos, mostra que a mudança que eles querem não é uma mudança tipo "mauricinho". É uma mudança promovida com os líderes dos sem teto, dos sem terra, dos que têm fome, dos desempregados.

Hoje se percebe que quem está com Dilma são os que não querem confronto no Brasil. Se o Brasil tiver uma crise institucional, a população brasileira, de 202 milhões de pessoas - que é quase sete vezes maior que a da Venezuela, que tem 30 milhões de habitantes - poderá reagir. 

Na pobreza, ou perto dela, há 40 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados do IBGE. Ou seja, mais que uma Venezuela. No Brasil há 12.400.000 que ganham até um salário mínimo. Alguém pode dizer que isso é classe média? Há 14 milhões que ganham até dois salários mínimos. Alguém pode dizer que isso é classe média? Alguém consegue pagar alimentação, moradia, educação e saúde para si mesmo e para toda a sua família, ganhando R$ 788 por mês?

Esta imensa população, que vive com extrema dificuldade, estará do lado de um governo conservador se houver uma crise institucional? Os analistas já sabem a resposta, mas quem semeia o caos parece ainda não ter enxergado.