O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez nesta segunda-feira (09/03), uma declaração contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, conforme noticiou o jornal Valor Econômico.
"Não adianta nada tirar a presidenta", afirmou ele no instituto que leva seu nome (IFHC), em São Paulo.
Segundo Fernando Henrique, “se exauriu o modelo de presidencialismo de coalizão, que na verdade era um presidencialismo de cooptação”.
É inevitável lembrar da emenda de sua reeleição, aprovada em meio a uma série de denúncias. O Jornal do Brasil noticiou no dia 14 de maio de 1997 que o governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL) havia persuadido 16 deputados a aprovar a reeleição.
Dias antes, em 13 de maio de 1997, a Folha de S. Paulo divulgou que obteve gravações onde o deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) diz ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da emenda.
A declaração do ex-presidente, às vésperas do movimento marcado para o próximo domingo, 15 de março, é sensata mas veio um pouco tarde. Ela já poderia ter sido feita quando esse movimento se construía.
Ora, se precisa haver reunião para deliberar a posição do partido é porque ainda há dúvidas sobre a existência de grupos favoráveis ao impeachment. E o PSDB pedindo o impeachment seria o choro da derrota.