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Os corvos do Brasil e a certeza na Itália

Recessão, desemprego e fome em país do Primeiro Mundo. Governo sugere aperto

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O mundo enfrenta uma séria crise econômica há seis anos. No Brasil, apenas agora os problemas começam a surgir, e os corvos falam em "morte do país".

É verdade que o Brasil está em crise, mas vejam o que sai nos jornais de hoje da Itália:

"Economize dinheiro: este é o slogan do dia após o anúncio oficial de que a Itália está de volta à recessão. Agora a preocupação principal é com as contas públicas. A última previsão era de um déficit de 2,6% em comparação com um crescimento de 0,8%. Se no final do ano houver um crescimento nulo, o déficit vai chegar a 3%", diz o jornal La Stampa.

O ministro da Economia, Pier Carlo Padoan, afirmou que a revisão de gastos permanece "no coração da estratégia do governo". "É essencial para atingir os objetivos de crescimento e sustentabilidade das finanças públicas".

Se os dados da economia são preocupantes, o ministro ressalta que nos últimos anos, o governo conseguiu a consolidação das contas com medidas significativas. Um sinal importante para os mercados e os parceiros europeus. "Mesmo às custas do Estado, procedimentos adotados, muitas vezes em condições de emergência, determinam os efeitos sobre os custos que podem ser reduzidos com mais facilidade, mas estes não são os necessários à eficiência das finanças públicas. "É precoce entrar em avaliações", diz ministro, referindo-se os efeitos das ações.

A possibilidade de crise na energia e aumento nas contas de iluminação pública também vieram à tona entre os italianos. Mas as autoridades alertam que não haverá racionamento e que haverá investimento em tecnologia para permitir economia e eficiência.

Como se vê, a Itália atravessa uma séria crise, com o anúncio de uma recessão técnica. Mas a Itália não vai parar.

Itália: Renzi afirma que não 'mudará linha de governo' 

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, declarou nesta quinta-feira (07) que "não mudará sua linha de governo", mesmo com os resultados econômicos do último trimestre terem ficado negativos.

 "A linha não se muda e a queda do PIB não deve ser vista como uma rejeição. Será necessário trabalhar mais e transformar esse número em oportunidade para acelerar as reformas", disse o premier em entrevista ao Messaggero.

O primeiro-ministro ainda ressaltou que os italianos podem deixar de confiar no Executivo, "mas eles não podem nos acusar de falta de clareza". A aposta de Renzi é mudar as regras do jogo, da Constituição à lei eleitoral. Ter um perfil mais marcante na política externa, especialmente na região do Mediterrâneo e na África e fazer um grande investimento na cultura e na educação. "Com essas cinco políticas, a política volta a ser digna desse nome", disse Renzi. Ele ainda afirmou que continuará com a política de privatizações de empresas estatais, "mas sem a pressa com que seria preciso realizar", pois "esse não é o momento de vender". Renzi tem como principal bandeira as reformas em diversas áreas da política italiana. Chamado de programa "Mil Dias", ele é dividido em 10 propostas, das quais cinco possuem caráter político: reformar a constituição para acabar com o bicameralismo paritário; criar uma nova lei eleitoral que estabeleça um vencedor claro ao fim de cada pleito; aumentar a voz da Itália em questões internacionais; refletir sobre o papel das escolas; e reduzir as despesas públicas. As outras cinco ideias, segundo Renzi, possuem um perfil "administrativo". Elas incluem reformas trabalhista, fiscal, judiciária e da administração pública, além de um pacote de investimentos em infraestrutura, energia e redes digitais.

PIB recua e Itália entra em recessão técnica 

A Itália está em recessão técnica. O Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2014 recuou mais 0,2% em relação ao trimestre anterior - que também apresentou queda de 0,1%. Analisando o primeiro semestre, a queda é de 0,3%, informou o Instituto de Estatísticas Italianos (Istat). O Instituto ainda previu que não haverá variações nesses valores para os próximos trimestres do ano. O termo recessão técnica é aplicado quando o PIB de um país fica com números negativos em dois trimestres consecutivos.

Já a produção industrial subiu novamente em junho, um aumento de 0,9% em relação a maio, quando havia caído. Esse foi o maior aumento mensal desde janeiro deste ano. O dado está positivo também analisando o ano, com aumento de 0,4%. O Istat analisou como "positivos" esses números e festejou o "salto na produção", em comparação com o mês anterior.

Na média, a produção industrial no segundo trimestre ainda está negativa, com -0,4% em comparação ao trimestre anterior, quando teve um aumento de 0,1%. A tendência é que a Itália, segundo o Istat, tenha crescimento zero em 2014. A produção industrial no setor de bens de consumo registrou em junho um aumento de 2,5% em comparação ao mês anterior. Esse foi o melhor resultado do setor desde maio de 2013. A Itália vem enfrentando uma série crise econômica há mais de sete anos e a indústria foi um dos setores que mais sofreu. Por consequência, as taxas de desemprego estão altíssimas. Na faixa etária entre as pessoas abaixo de 40 anos, 43% estão sem emprego. Atualmente, o país tem mais de 10 milhões de pessoas vivendo na pobreza.