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A humilhação reelege Dilma

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Os xingamentos mal educados, desqualificados, chulos, ocorridos no Itaquerão nesta quinta-feira (12), podem significar a retomada da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. O povo brasileiro, no seu instinto maior de solidariedade aos sofridos, por serem em sua maioria também sofridos, pode não perdoar o que foi feito ao Brasil, na figura da presidenta da República. 

A presidenta respondeu o que tinha que responder. Seus sofrimentos no corpo e na vida, sentidos no momento mais duro que o Brasil passou, foram grandes. Mas o sofrimento pela humilhação, representando seu país perante chefes de estado de outras nações, pode não ser respondido apenas por ela, mas também pelo povo brasileiro, na ânsia de defender a nação. A resposta pode vir pelas urnas eleitorais.  

Se uma elite mal educada, não civilizada, quer o poder pelo poder, o que será do povo sofrido? As manifestações que vêm acontecendo no Brasil não são contra o governo, mas, sim, contra todos os poderes. O povo que vive com todas as dificuldades e que, neste momento, poderia também estar junto aos jogadores nos estádios para torcer pelo Brasil, foi impedidos pelo poder. Poder, aqui exposto, dos poderosos das multinacionais, dos bancos e da Fifa, esta entidade que os ingleses dizem que se identifica com a corrupção. Só puderam assistir aos jogos os amigos deste poder - os patrocinadores e a federação de futebol.

Este momento em que o povo é alijado de participar do esporte que o Brasil se identifica no mundo inteiro como sendo apaixonado, o país do futebol, mostra ao mundo que a nação vem sendo dominada pela corrupção, onde o corruptor é o venal eterno que mancha a nação há mais de 50 anos.

O escândalo da Petrobras mostra o quanto esses poderosos são quase eternos. Hoje, a imprensa informa que a Polícia Federal identifica empresas depositando na conta de doleiro, com o corrupto maior indicado para dirigir a Petrobras no esquema político vigente pelos partidos que estão no poder há mais de 30 anos.

As humilhações, os xingamentos de baixo nível, podem exigir uma solidariedade dos que sofrem à Dilma Rousseff. Augusto Frederico Schmidt, jornalista e poeta da segunda geração do Modernismo, costumava dizer que sofrer passa, ter sofrido não passa nunca.