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Eleições: as "negociações" na disputa do governo do Estado 

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O jovem brasileiro é desorientado politicamente e não acredita mais em nada de política. Já os mais velhos, fisiológicos, também não entendem, e se omitem por necessidade: muitos destes são empresários e em pelo menos 80% dos seus negócios o Estado é o grande cliente. Tudo passa pelo poder político. Este empresário  não tem vergonha de dizer que seu líder é o que está no poder.

Não temos no Brasil, e nem no Rio de Janeiro, qualquer segmento empresarial que, com mais de 60 anos no mundo dos negócios, possa dizer que nunca teve um militar fazendo seu lobby, ou mesmo, hoje, um político do PT, ou ontem, um político tucano. 

Hoje, no Rio, assistimos nessas eleições para governador à Presidenta Dilma Rousseff ser rejeitada por um grupo forte politicamente e ligado também aos grande empresários, que declararam seu apoio a Aécio Neves. Ostensivamente, Dilma só tem o apoio do ministro Marcelo Crivella e do candidato petista Linbergh Farias. Nesse mesmo momento, o grupo do PMDB que apóia Aécio está se reunindo com Crivella para dar suporte a sua candidatura.

Os estrategistas desse grupo acreditam que a máquina do governo levará Luiz Fernando Pezão para o segundo turno. Essa máquina tem certeza que o candidato mais fácil de ser derrotado no segundo turno é Crivella. Por isso a razão verdadeira deste apoio. Nas negociações, os estrategistas se colocam como "inocentes", oferecendo esse suporte como se fosse verdadeiro, com se tivessem a intenção de ver Crivella vitorioso. 

Nas negociações, para dar sentido de verdadeiro apoio, pedem a Crivella que se alie a candidato deste grupo à prefeito do Rio, nas futuras eleições para suceder Eduardo Paes.

Crivella, por sua vez, finge que acredita que o apoio seja verdadeiro e finge também ao dizer que vai colaborar.

A hipocrisia que desorienta o eleitorado, fundamentalmente os mais jovens, hoje acontece em todos os estados.

Aqui no Rio, coração político do Brasil, com uma crise social que repercute no mundo imagens de protestos, incêndios e revolta, a situação se agrava. A falta de liderança, a hipocrisia política que todos, em todas as camadas sociais, já têm certeza existir, permite que explosões maiores aconteçam em bolsões de pobreza que circunvizinham a elite do Rio.