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'The Economist' não tem autoridade para criticar a Petrobras

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A revista The Economist, mais uma vez traz em sua edição críticas ao Brasil. Em matéria intitulada Two heads are worse than one (Duas cabeças são piores do que uma, em tradução livre), a publicação critica a gestão da Petrobras, afirmando que a presidenta Dilma Rousseff faz excessivas intervenções, prejudicando a administração de Graça Foster.

Não é a primeira vez que a publicação inglesa dedica suas páginas a críticas ao Brasil. Ao atacar, a revista esquece-se dos graves problemas enfrentados por países da Europa, como crise de desemprego, forte desigualdade social e decadência institucional.

Ao voltar suas armas para a Petrobras, The Economist também se esquece do trágico acidente na plataforma da British Petroleum, no Golfo do México, que em 2010 matou 11 pessoas e rompeu tubulações no fundo do oceano, causando o maior acidente ambiental da história dos Estados Unidos. 

A Petrobras, orgulho nacional, vem alcançando sistematicamente recordes de produção e tem no pré-sal - que já chega aos 300 mil barris por dia - a abertura de novos horizontes não apenas na produção de combustível, mas para a geração de empregos e para o desenvolvimento de setores fundamentais para o país, como a saúde e a educação, com seus royalties.

As constantes críticas da revista, que inclusive já fez campanha para a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, já mereceram reação de Dilma. Em dezembro de 2012, a presidente já afirmava que em "hipótese alguma" vai ser influenciada pelas críticas da The Economist. "O governo brasileiro eleito pelo voto direto e secreto não vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira", disse.

Ela acrescentou que nunca viu "nenhum jornal propor a queda de um ministro" e destacou que, "diante dessa crise gravíssima pela qual o mundo passa, com países tendo taxas de crescimento negativas, não houve, no Brasil, escândalos, quedas de bancos, quebradeiras".

The Economist deveria se preocupar mais com a economia da Inglaterra que, nos últimos anos, passou por grave crise. Em 2012, o PIB teve desempenho abaixo do esperado, fazendo com que até a rainha Elizabeth questionasse banqueiros sobre os erros que levaram à crise financeira, em uma rara intervenção pública, durante visita ao Banco da Inglaterra (banco central).

Pelo visto, The Economist deveria se preocupar mais com a economia da Inglaterra e da Comunidade Europeia - à qual o Reino Unido nunca quis integrar mas sempre foi dependente - do que com a brasileira. 

Em março deste ano, a revista novamente atacou o Brasil, desta vez falando da violência policial, citando as recentes mortes atribuídas aos PMs. Intitulado A violência policial no Brasil - assassinato em série, o texto afirmava que "todos os anos, a polícia do Brasil é responsável por pelo menos 2 mil mortes", e que "as vítimas são geralmente registradas como tendo sido 'mortas ao resistir à prisão.' Surpreende reportagens neste tom virem de um país onde não faltam exemplos da péssima conduta das autoridades policiais.

Falta autoridade aos ingleses para falar de policia violenta. Falta autoridade a quem matou covardemente o brasileiro Jean Charles, sem que até hoje tenha dito ao governo brasileiro quais foram os criminosos que apertaram o gatilho contra um inocente num vagão do metrô. Falta autoridade também a uma polícia que deixou o maior ladrão de bancos da história fugir para o Brasil.