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Corte de energia pode acender alerta no governo

Risco de apagão pode comprometer campanha de Dilma

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A interrupção no fornecimento de energia para sete estados pode ser um sinal de alerta para a presidente Dilma Rousseff e sua campanha à reeleição. A baixa ocorrência de chuva nos principais reservatórios do país evidenciam a falta de investimentos num setor essencial para a economia. Mesmo não havendo risco de um apagão, como ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso em 2001, a interrupção do fornecimento será uma arma de grande poder de fogo para a oposição.

O racionamento no governo de Fernando Henrique impôs aos brasileiros um prejuízo de aproximadamente R$ 45 bilhões, conforme levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Nesse período, a atividade econômica teve uma queda de três pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB), caindo de 4,3% em 2000 para 1,3% em 2001. De acordo com relatório do TCU, o prejuízo ocorreu devido  a custos indiretos como o aumento do desemprego, em consequência da redução da atividade econômica; perda da competitividade, em razão do aumento do custo da energia; diminuição da arrecadação tributária; desestímulo ao investimento; comprometimento da imagem do Brasil no exterior e a queda do PIB.

As explicações que o governo dará daqui a pouco, em entrevista coletiva no Ministério de Minas e Energia, deverão esclarecer problemas técnicos, mas não deverá dissipar a desconfiança da população em relação a possibilidade da interrupção ocorrer mais vezes ainda este ano. Técnicos do próprio setor admitem que o apagão poderá ser evitado a custa de “distribuição suja” para os consumidores. O estranho termo significa a programação de cortes localizados do fornecimento, alternativa que não seria nada simpática para a população atingida, principalmente em ano eleitoral.