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Opinião - A queda da passarela é o retrato da prefeitura

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O Jornal do Brasil vem acompanhando os desmandos que a cidade do Rio de Janeiro vem sofrendo sem que se tenha o básico que qualquer administrador deve proporcionar aos seus habitantes: saúde, educação, segurança e transporte. Uma cidade onde prefeitos construíram viadutos, vias de acesso que facilitaram a vida do carioca, recuperaram bairros, criaram centros de estudos, como os Cieps de Brizola, que permitiam a educação em tempo integral dos alunos, entre tantas outras obras importantes para a cidade e hoje o que se vê é a destruição de tudo isso.

A queda da passarela na Linha Amarela nesta terça-feira é o retrato do desmando e da falta de planejamento de uma administração incapaz, sequer, de dar segurança aos que passam pelas vias públicas da cidade. Uma administração que não fiscaliza as concessões que faz, que não cobra da concessionária da Linha Amarela a fiscalização dos veículos que passam pela via, como o caminhão que causou o acidente com a caçamba levantada - que estaria prestando serviço para a própria prefeitura - e que não podia trafegar por ali naquele horário.

A queda dessa passarela por pouco não se transforma numa tragédia maior. A poucos dias dos alunos retornarem às aulas, essa passagem de pedestre é o caminho de milhares de crianças que vão diariamente para a escola. Se esse acidente fosse no período das aulas certamente muito mais vidas estariam perdidas. Como das outras vezes em que a cidade ficou paralisada por problemas de interdição de importantes vias, a primeira medida do prefeito, completamente perdido diante do grave acidente e da paralisação do trânsito, foi pedir aos motoristas que evitassem a Linha Amarela e seu entorno.  

Hoje o que se constrói já surge com problemas, como a Via Binário que em seus primeiros dias aberta ao trânsito ficou alagada porque não tinha drenagem, uma obra inacabada, ou melhor, mal feita e os usuários que se virem com os problemas que tiverem que enfrentar. Uma cidade com um secretário que aconselha uma desorientação no trânsito e uma prefeitura que impõe aos cidadãos uma verdadeira tortura diária para ir e vir do trabalho para que o Rio de Janeiro fique bonito e seja visto pelo mundo por 20 dias para depois entrar num processo de degradação e enfrentar graves problemas como aconteceu com Atenas, depois das Olimpíadas na Grécia.

O Rio não suporta mais os graves problemas que enfrenta com obras mal feitas, acidentes e riscos aos seus cidadãos. A cidade precisa de uma intervenção urgente e o prefeito deve enfrentar um processo de impeachment. Não há mais como suportar greves de 90 dias nas escolas, hospitais sem médicos e sem capacidade de atender aos cidadãos, adutoras que se rompem e matam pessoas por falta de manutenção, a falta de segurança das casas noturnas e que podem ser palco de tragédias como a que infelizmente ocorreu na boate Kiss, no Rio Grande do Sul. Uma administração que mantém um interminável canteiro de obras, muitas com custos exorbitantes para benefício de poucos e que a população não deverá usufruir integralmente.