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Prisões: uma pesquisa com números, mas sem respostas

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Pesquisa divulgada na terça-feira (21) afirma que o Brasil tem 55% mais presos do que a média global. O levantamento foi feito com base em dados do International Centre for Prision Studies. Contudo, ele não detalha o nível econômico e social desta população carcerária que sofreu um significativo aumento.

Um levantamento baseado simplesmente em números e sem um estudo sociológico que o contextualize serve apenas criticar um sistema e atacar uma infraestrutura sem contudo aprofundar causas, apontar caminhos ou desvendar o que está por trás desses sintomas. Uma pesquisa que apenas destrói. Não constrói.

Qual a razões dessas prisões? Certamente serão encontrados muitos "ladrões de galinhas" que permanecem presos porque não podem pagar bons advogados que garantam sua liberdade. Quantos colarinhos brancos estão presos? E quantos colarinhos brancos deixaram centenas de trabalhadores desempregados graças às suas gestões fraudulentas e administrações irresponsáveis em grandes empresas? E quantos desses desempregados viram seus filhos entrarem para o crime para garantir a comida dentro de casa?

A demonstração mais triste deste espetáculo de discriminação foi a ação truculenta da polícia contra jovens que protestavam, em Brasília, contra o fechamento de universidades. Estes estudantes foram detidos porque reivindicavam o direito de estudar. Mas os donos das universidades descredenciadas pelo MEC devido aos caos administrativo estão soltos, sem qualquer punição.

O Jornal do Brasil lamenta a divulgação de uma pesquisa sobre o sistema carcerário do Brasil sem um estudo sociológico à altura.