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'The Economist' deveria se preocupar mais com a economia do Reino Unido

Ataques a Mantega evidenciam que ministro não está conivente com interesses da Inglaterra

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Como vem fazendo nos últimos meses, a publicação britânica The Economist mais uma vez recorreu à ironia e ao deboche para atacar a economia brasileira e, mais especificamente, o ministro da Fazenda Guido Mantega.

Desta vez, a revista adota a linha do cinismo: "Conclamamos que a presidente o mantenha a qualquer custo: ele é um sucesso", diz o texto, referindo-se a Mantega. A publicação, que por diversas vezes defendeu a demissão do ministro, usa a estratégia inversa já que, segundo seu argumento, os pedidos anteriores teriam feito Dilma Rousseff mantê-lo no cargo.

A insistente postura do The Economist comprova que o ministro está, na verdade, defendendo os interesses do Brasil. Quando a revista cobra sua demissão, evidencia que Mantega não está conivente com os interesses da Inglaterra, que atravessa grave crise financeira.

A economia britânica encolheu mais do que se esperava nos últimos três meses de 2012  por conta de baixa produção industrial. O PIB no período caiu 0,3%. O desempenho de todo o ano de 2012 ficou em 0,2%. 

Ainda no final de 2012, a rainha Elizabeth chegou a questionar os banqueiros sobre os erros que levaram à crise financeira, em uma rara intervenção pública, durante visita ao Banco da Inglaterra (banco central).

"Acho que em termos de dinheiro é muito difícil fazer previsões. Mas as pessoas têm sido um pouco.... negligentes?, perguntou, antes de concordar com um funcionário que o verdadeiro problema poderia ter sido "complacência".

Apesar de o PIB no primeiro trimestre de 2013 ter registrado discreta elevação (0,3%), a indústria e o investimento externo continuam registrando queda, o que põe em dúvida a capacidade de recuperação econômica do Reino Unido.

Pelo visto, The Economist deveria se preocupar mais com a economia da Inglaterra e da Comunidade Europeia - à qual o Reino Unido nunca quis integrar mas sempre foi dependente - do que com a brasileira.