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Desenvolvimento do país passa por um quase mensalão

Governo propõe liberação de verbas para votação de MP

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A tumultuada votação da Medida Provisória 595, que regulamenta a concessão de portos, passou muito perto de um novo mensalão. Dessa vez, no entanto, a atitude antiética e condenável tomou o lugar da ilegalidade, já que os recursos estão previstos, restando apenas a liberação. No desespero de aprovar a medida, o Governo Federal acenou aos parlamentares, que resistiam em dar seu voto ao projeto, com a liberação de verbas oriundas de emendas individuais, geralmente destinadas às bases eleitorais e, na maioria dos casos, o uso do dinheiro tem objetivo eleitoreiro.

Além do absurdo da tentativa de compra de votos, mesmo com recursos a que os parlamentares têm direito, o Governo joga pelo ralo com essa atitude a importância da matéria para o desenvolvimento do país. A votação da MP dos Portos vem sendo travada no Congresso por conta de interesses de grupos de investidores que controlam terminais portuários públicos e querem manter os privilégios, possibilitados por a uma legislação arcaica que prejudica o país inteiro. Somam-se a eles os sindicatos de trabalhadores em terminais portuários que fazem pressão para manter uma reserva de mercado com salários fora da realidade. E, de contrapeso, os interesses de alguns governadores que não querem ceder no direito de licitar as áreas. 

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