ASSINE
search button

'WSJ': Airbnb aposta na Olimpíada para consolidar presença no Rio de Janeiro

Compartilhar

Matéria publicada nesta sexta-feira (27) no The Wall Street Journal, conta que a Airbnb Inc., empresa americana de aluguel de acomodações, aposta que o patrocínio da Olimpíada do Rio de Janeiro vai consolidar sua importância como opção de hospedagem em seu quarto maior mercado. Mas a menos de três meses do início dos Jogos, a primeira incursão da empresa em um evento esportivo mundial corre o risco de ser ofuscada pela profunda retração econômica, as turbulências políticas e a crise no setor de saúde que atualmente atingem o Brasil. Só que o Airbnb afirma que, em vez de prejudicar seus serviços, a recessão brasileira está de fato ajudando a empresa, numa cidade com enormes problemas de hospedagem.

“A crise econômica é, na verdade, um dos principais motores de crescimento da nossa oferta em todo o Brasil”, diz Leonardo Tristão, líder das operações do Airbnb no país.

Segundo a reportagem, o Rio de Janeiro é o maior mercado da empresa em oferta de acomodações, depois de Paris, Nova York e Londres. A economia fraca significa que mais brasileiros estão viajando dentro do país e estão usando o Airbnb, diz Tristão. O Airbnb agora tem 25 mil ofertas listadas no Rio, ante 20 mil no ano passado e apenas 900 em 2012. Esse crescimento é uma boa notícia para os organizadores brasileiros da Olimpíada, que estão às voltas com escassez de hospedagem. O diretor-presidente do comitê organizador do evento no Rio, Sidney Levy, disse, durante a assinatura do acordo de patrocínio, no ano passado, que o Airbnb seria essencial para ajudar a cidade a superar o “grande problema” de acomodação.

O Journal analisa que Décadas de falta de investimentos em seu setor hoteleiro deixou o Rio com uma leva de hotéis antigos conhecidos por seus quartos pequenos e mofados, cujas diárias ainda assim são caras. A cidade tem se esforçado para aumentar a qualidade e a quantidade de quartos, mais que dobrando sua capacidade desde que conquistou o direito de sediar os Jogos, em 2009, para cerca de 60 mil quartos. Aproximadamente 50% desses quartos estão reservados para as autoridades da Olimpíada. A Copa do Mundo de 2014 também deu um forte impulso ao Airbnb no Rio. Em torno de 20% de todos os turistas que vieram para o Brasil durante a Copa ficaram em acomodações oferecidas pelo Airbnb, de acordo com a empresa, e mais de 100 mil pessoas usaram os serviços da firma durante o evento.

O jornal norte-maricano ressalta que neste ano, vários projetos de hotéis de alto padrão que deveriam ser concluídos antes de agosto foram adiados, incluindo duas unidades da rede Holiday Inn na área portuária restaurada do Rio, que agora serão entregues só em 2017. Um novo Hotel Trump perto do Parque Olímpico da cidade também está atrasado, mas a empresa afirma que a construtora garantiu que ele estará pronto a tempo para os Jogos. As autoridades do Rio e executivos da empresa também estão tentando debelar crises que podem assustar os visitantes.

O escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras SA e o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff têm sido uma distração constrangedora do que poderia ser um período de celebração com a proximidade dos Jogos. Com o afastamento de Dilma da presidência devido ao processo de impeachment aprovado pelo Senado, será o presidente interino Michel Temer que provavelmente assistirá à abertura da cerimônia, em 5 de agosto.

As vendas de ingressos no país estão lentas, num momento em que a economia brasileira enfrenta sua pior recessão em décadas. Há também problemas importantes de transporte. Uma ampliação vital do metrô que conectaria as áreas de praia à região do Parque Olímpico ainda está em construção. Em abril, a ciclovia elevada que liga os bairros do Leblon e São Conrado desmoronou apenas alguns meses após ter sido construída, matando duas pessoas. Embora a taxa de assassinatos no Rio seja bem menor que as de outras cidades brasileiras, os crimes de rua estão aumentando. Epidemias de doenças transmitidas por mosquitos, como o vírus da zika, espalharam-se por todo o país, drenando recursos do governo e gerando manchetes assustadoras no exterior. Embora os focos de zika estejam concentrados no Nordeste, o número de casos confirmados da doença no Rio vem aumentando nos últimos meses, finaliza o The Wall Street Journal.